Pelas 14h25 desta segunda-feira, o de dezembro, teve início a sessão da parte da tarde do julgamento do ataque à Academia de Alcochete, que decorreu a 15 de maio. Wendell, médio do clube dos leões, de 22 anos, foi a primeira testemunha a ser ouvida.  «Não conheço ninguém [dos arguidos]», começa por dizer o jogador, depois de questionado pela juíza.

Wendell era um dos jogadores presentes na Academia no dia do ataque e afirma que viu os indivíduos chegarem e foi avisar os colegas, uma vez que se encontrava no ginásio. «Ouvi uma multidão. Não vi caras e vinham a correr. Fui avisá-los ao balneário».

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Um dos elementos presentes tentou fechar a porta do balneário para impedir a entrada da multidão, mas não foi possível. Após a entrada de cerca de 20 a 30 elementos, todos de cara tapada, disseram que «não éramos jogadores para o Sporting e mandaram-nos tirar a camisola».

«Bateu-me no rosto com a mão aberta»

O médio dos leões afirma ter sido agredido. «Sim. Bateu-me um dos indivíduos, no rosto com a mão aberta», explica. Além dele, também viu Misic, Acuña e William serem agredidos. «O Acuña foi agredido por mais do que uma pessoa, com estaladas na cabeça e na cara. O Misic foi agredido com um cinto, por um individuo. O William foi agredido na cabeça com chapadas», recorda.

O jogador brasileiro conta que perante a situação baixou a cabeça, o que o impediu de ver muita coisa. «Conseguia ver bem no balneário», questionou a procuradora. «Estava de cabeça baixa. Sim, vi fumo também. Não vi atirar, só vi o fumo». Wendel termina o depoimento dizendo que não se recorda se esteve ou não na reunião de dia 14 de maio e que ficou «com muito medo» depois do ataque.

Texto: Sílvia de Abreu

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