Apreendidas 120 caixas de rebuçados com cocaína no aeroporto de Maputo

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique apreendeu, no Aeroporto Internacional de Maputo, 120 caixas de rebuçados contendo cocaína, uma mercadoria proveniente do Brasil, avançou  hoje à Lusa fonte oficial.

Apreendidas 120 caixas de rebuçados com cocaína no aeroporto de Maputo

“Feita a inspeção minuciosa da mercadoria, descobriu-se que não eram simplesmente rebuçados. No interior dos rebuçados foi encontrado um pó branco que, feito os testes, constatou-se que era cocaína. Estamos a falar de 120 caixas, que tem um peso bruto de quase uma tonelada e quatrocentos quilos”, declarou Hilário Lole, porta-voz do Sernic na cidade de Maputo.

Segundo as autoridades, a descoberta da cocaína, proveniente de Guarulhos (Brasil) e em quantidade não especificada, levou à detenção de três pessoas, entre os quais funcionários da Autoridade Tributária e de uma empresa que presta serviços à Aeroportos de Moçambique.

“Temos mandados de captura para mais seis pessoas, alguns funcionários dos Aeroportos de Moçambique e outros de empresas que prestam serviços a esta entidade (…). Decorrem trabalhos para averiguar o destino da mercadoria”, acrescentou.

Esta operação surge na sequência de uma primeira apreensão, no dia 19 deste mês, de 90 quilos de cocaína dissimulada em 446 caixas de frascos de desodorizante.

Moçambique é apontado por várias organizações internacionais como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de estupefacientes com destino à Europa e Estados Unidos, sobretudo de heroína oriunda da Ásia, mas as apreensões de cocaína oriunda da América do Sul têm também aumentado.

Em 13 de maio, em entrevista à Lusa, o representante do Escritório das Nações Unidas para a Droga e Crime Organizado (UNODC) em Moçambique alertou para o crescimento de um mercado lusófono de tráfico ilícito, denunciando a existência de “cartéis” brasileiros com contactos em países de língua portuguesa.

“Nós estamos a ver como os cartéis brasileiros já estão a traficar com grupos organizados moçambicanos, assim como com outros países de expressão portuguesa”, declarou, na altura, António De Vivo.

Dados da Procuradoria-Geral da República de Moçambique referem que foram instaurados 1.251 processos-crime relativos a tráfico de droga em 2023, contra 1.035 em 2022, alertando para um aumento do comércio e consumo de estupefacientes no país.

EAC // JMC

By Impala News / Lusa

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