Açores: Cerca de 291 sismos contabilizados nas últimas horas, nenhum sentido

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores contabilizou, entre as 00:00 e as 10:00 de hoje, aproximadamente 291 sismos na ilha de São Jorge, de “baixa magnitude” e “nenhum sentido” pela população.

Açores: Cerca de 291 sismos contabilizados nas últimas horas, nenhum sentido

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores contabilizou, entre as 00:00 e as 10:00 de hoje, aproximadamente 291 sismos na ilha de São Jorge, de “baixa magnitude” e “nenhum sentido” pela população. Numa atualização feita às 10:00 locais de hoje (11:00 em Lisboa) o CIVISA informa também que “todos os sismos registados até ao momento evidenciam uma origem de natureza tectónica”.?

A atividade sísmica que se tem vindo a registar desde a tarde de 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, “continua acima do normal”, acrescenta o CIVISA. Ao longo de segunda-feira, “a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 399 eventos, mantendo-se a atividade sísmica estacionária relativamente ao dia anterior”, lê-se no comunicado publicado na página da Internet do CIVISA.

No seu comunicado, o CIVISA reitera que a medição de gases e temperatura no solo que vem sendo feita desde o início desta crise (a 19 de março), na área epicentral, “não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia”.

Açores: Empresas de São Jorge na iminência de fechar se não forem aplicadas medidas

O líder dos empresários de São Jorge alertou hoje que há empresas na ilha que podem fechar se não forem adotadas “medidas urgentes” para mitigar os impactos económicos da crise sísmica.

Os levantamentos de campo continuam “nos próximos dias”. “No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, está a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite”, acrescenta. Os dados existentes até à data “corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral”, explica.

A informação disponível permite ainda “concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade”.

O CIVISA repete hoje o alerta para “a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica”. “Existe a possibilidade real de se poder vir a registar uma erupção vulcânica, mas não há evidências de que tal esteja iminente”, assinala.

Desde o início da crise sismovulcânica na ilha de São Jorge, a 19 de março, o sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21:56. “Até ao momento foram identificados cerca de 226 sismos sentidos pela população”, informa o CIVISA.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

 

 

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