Alterações climáticas agravaram seis tufões que afetaram Filipinas num mês – estudo

As alterações climáticas agravaram a vaga de seis tufões que atingiu as Filipinas em menos de um mês, causando pelo menos 164 mortos, de acordo com um estudo

Alterações climáticas agravaram seis tufões que afetaram Filipinas num mês - estudo

No documento, a World Weather Attribution (WWA) disse que “as condições que conduzem ao desenvolvimento de tufões consecutivos nesta região foram reforçadas pelo aquecimento global.

“A probabilidade de vários grandes tufões atingirem a costa continuará a aumentar enquanto continuarmos a queimar combustíveis fósseis”, acrescentou a organização.

De acordo com as autoridades das Filipinas, os seis tufões afetaram cerca de 10 milhões de pessoas, obrigaram mais de 650 mil pessoas a abandonar zonas de risco e causaram quase meio milhão de euros em perdas económicas.

Cientistas das Filipinas, do Reino Unido e dos Países Baixos afirmaram que o aquecimento global reforçou a intensidade dos tufões e aumentou a probabilidade de várias tempestades severas atingirem o país asiático no mesmo ano.

A WWA é formada por investigadores de várias instituições científicas e universitárias e tem protocolos e parcerias com peritos locais que permitem avaliar rapidamente fenómenos climáticos extremos em todo o mundo, socorrendo-se também de modelos climáticos e literatura especializada.

O estudo descreveu como extraordinária a sucessão de seis tufões que afetaram as Filipinas entre outubro e novembro, sendo que três atingiram terra firme com ventos superiores a 118 quilómetros por hora.

Os especialistas sublinharam que, com base em dados históricos, em novembro costumam ocorrer três tempestades em toda a região do Sudeste Asiático e apenas uma adquire a categoria de supertufão.

O estudo da WWA afirmou que a probabilidade de pelo menos três tufões desta categoria ou superior atingirem as Filipinas num ano é “25% mais frequente” do que teria sido se não não tivessem sido queimados combustíveis fósseis.

Perante os resultados do estudo, a organização ambiental Greenpeace apelou às Filipinas para que aproveitem o papel de anfitriã do fundo das Nações Unidas para as perdas e danos climáticos, que se reuniu recentemente em Manila, para “encontrar uma forma de fazer com que os países desenvolvidos paguem pelos danos que fizeram”.

“Os cientistas estão rapidamente a concluir o que os decisores políticos demoram demasiado tempo a fazer: os tufões mortais são agravados por poluidores climáticos como a Shell, a Total e outras empresas de petróleo e gás”, lamentou o responsável da campanha climática da Greenpeace no Sudeste Asiático, Jefferson Chua, em comunicado.

A tempestade tropical Trami atingiu as Filipinas no final de outubro e foi seguida, poucos dias depois, pela passagem do supertufão Kong-rey.

Os tufões Yinxing, Toraji e Usagi atingiram o arquipélago no espaço de apenas alguns dias, enquanto o supertufão Man-yi chegou a 16 de novembro.

VQ (CSR/FP) // CAD

By Impala News / Lusa

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