Analgésicos e antimaláricos no topo dos medicamentos contrafeitos à venda em Angola
Analgésicos, antimaláricos, antibióticos e medicamentos para o tratamento de disfunção erétil são os fármacos contrafeitos que mais chegam a Angola, informaram hoje as autoridades nacionais, que, no entanto, desconhecem a quantidade de medicamentos falsificados em circulação.
Analgésicos, antimaláricos, antibióticos e medicamentos para o tratamento de disfunção erétil são os fármacos contrafeitos que mais chegam a Angola, informaram hoje as autoridades nacionais, que, no entanto, desconhecem a quantidade de medicamentos falsificados em circulação.
A informação foi prestada hoje, em Luanda, pelo inspetor-geral da Saúde de Angola, Miguel de Oliveira, que falava aos jornalistas à margem do simpósio sobre contrafação e reações adversas a medicamentos, tendo acrescentando que uma grande parte dos medicamentos contrafeitos detetados pelas autoridades angolanas chegam da China, índia, Nigéria e República Democrática do Congo.
“Mas não estamos a dizer que todos os medicamentos provenientes da China e da Índia sejam contrafeitos, porque eles são também os melhores fabricantes e obedecem a todas as normas, pese embora existirem aí também indústrias falsificadoras”, explicou.
Autoridades não têm números reais
Miguel de Oliveira, que admitiu ser difícil detetar medicamentos contrafeitos pelo simples olhar, garantiu que a Inspeção-Geral da Saúde tudo faz para controlar os medicamentos importados, revelando, porém, que as autoridades não têm números reais sobre a contrafação no país.
“Nós não temos neste momento números ou dados percentuais de medicamentos contrafeitos que circulam no mercado. Agora é verdade que nós temos detetado medicamentos contrafeitos”, observou, tendo avançado medidas aplicadas aos infratores.
“Sempre que detetamos medicamentos contrafeitos, responsabilizamos o importador, o fornecedor e tiramos os produtos do mercado, temos feito o nosso melhor. Mas, como sabem, o controlo da fronteira terrestre de Angola é muito difícil”, apontou.
Na abertura do encontro de hoje, o secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, Valentim Altino Matias, sublinhou que os medicamentos contrafeitos “matam silenciosamente” e as “principais vítimas são pessoas que possuem fracos recursos financeiros para aquisição de medicamentos”.
“Por outro lado, as populações são também afetadas pelo acesso fácil à internet, na tentação de comprar medicamentos mais baratos ou ao estigma social que está associado a algumas doenças, nomeadamente problemas relacionados com o desempenho sexual”, realçou.
O governante exortou os profissionais de Saúde a trabalharam para a “segurança e a confiança dos doentes”, a par de medidas repressivas, no domínio dos fármacos.
“Consideramos de suma importância esse simpósio e que seja multiplicado nos mais diversos pontos do país, pois o combate à contrafação deve contar com o concurso de todos os atores da sociedade”, acrescentou.
Ainda segundo o inspetor-geral da Saúde de Angola, Miguel de Oliveira, é preocupação fundamental das autoridades da saúde do país uma atuação “mais acutilante” no controlo e combate da contrafação de medicamentos que é um problema de ordem mundial”.
“É preciso educar e sensibilizar a população no sentido de não adquirir medicamentos no mercado informal, locais impróprios, porque o local próprio é uma farmácia”, referiu, argumentando que a instituição deverá contar também com o concurso dos administradores municipais.
“Não podemos permitir que os medicamentos sejam vendidos nos mercados”, apontou, embora concluindo que não existem relatos de mortes em consequência do consumo de medicamentos contrafeitos em Angola.
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