Armazém de Memórias mostra mais de 600 motos e carros clássicos em Montalegre

Ao longo de 40 anos, Francisco Costa colecionou mais de 600 motorizadas e duas dezenas de carros antigos e clássicos, telefones, rádios e relógios que expôs no Armazém de Memórias, em Montalegre, para partilhar com visitantes.

Armazém de Memórias mostra mais de 600 motos e carros clássicos em Montalegre

“Isto é uma paixão enorme, um gosto enorme. Eu se não vier cá um dia, não estou bem. Tenho que vir cá sempre, sempre ao armazém”, afirmou o colecionador de 62 anos à agência Lusa.

Francisco Costa contou que tudo começou com um automóvel que era do seu pai, um Peugeot 403 de 1956, que restaurou.

“E foi-se enfarinhando este vício, esta paixão destas coisas antigas, não só de motas, não só de carros, mas de outras coisas que estão agora, aqui, no Armazém de Memórias”, afirmou o também proprietário de um restaurante em Montalegre, no norte do distrito de Vila Real, que começou a trabalhar aos 13 anos na construção civil.

Quando era jovem, recordou, também corria de moto nas festas que se faziam nas aldeias e vilas da região.

Depois, ao longo de 40 anos, o empresário comprou, recolheu e restaurou “tantas coisas antigas” que adquiriu um armazém e o transformou numa espécie de museu privado que abre para visitas de grupos.

Nos meses de agosto e setembro estará aberto diariamente, durante as tardes.

“Aqui podem ver carros da época de 1919, podem ver motos desde 1919. Entre automóveis, motas, bicicletas, relógios, telefones, rádios, louças da Vista Alegre, entre muitas outras coisas”, salientou.

Francisco disse que gosta mais dos carros antigos e destacou um Ford modelo T de 1919, que foi o primeiro a ser fabricado em linha de montagem.

A coleção inclui ainda um Porsche 356, um carro que disser ser “um pouco raro”, ainda um Austin de 1936, um Hillman de 1936, um Buick de 1947, e um Opel de 1930 que diz ser “único em Portugal”. Inclui também motos de muitas marcas, como Famel, Virago, Honda ou Triumph.

“Foi tudo comprado em Portugal”, referiu.

O colecionador contabilizou mais de duas dezenas de carros e mais de 600 motas. “Às vezes já se perde um bocadinho o fio à meada”, brincou.

Francisco Costa disse que é preciso um “grande cuidado com a manutenção e com a lavagem” de toda a coleção, e explicou que vai colocar plataformas no armazém para aumentar o espaço de exposição para ali conseguir colocar mais motos, organizá-las melhor para que fiquem, também, mais visíveis.

“Tudo o que está dentro do armazém está a funcionar”, realçou.

Os seus dias são dedicados ao restaurante, que está aberto diariamente no centro da vila, e por isso garantiu que o tempo é pouco para usufruir estes carros e motos.

“Mas, de vez em quando, ainda se vai dando uma voltinha”, contou.

A coleção vai crescendo agora de uma forma mais fácil porque, através da internet, vão chegando contactos de todo o país.

“Foi mais difícil encontrar isto há 20, 30 anos. Também era mais difícil encontrar peças e mandar restaurar. Hoje não, mexe-se no teclado e procura-se tudo”, salientou.

O espaço central do armazém está ocupado com os carros, as motorizadas e as bicicletas.

No rés-do-chão há ainda uma sala cheia de rádios antigos e de gira-discos de vinil e, depois, num espaço superior, estão expostos relógios de parede e há diferentes salas dedicadas a telefones, desde os que se colocavam na parede até outros mais recentes, porcelanas e até há uma mostra de notas de escudo.

*** Paula Lima (texto) e Pedro Sarmento Costa (fotos), da agência Lusa ***

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By Impala News / Lusa

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