‘Chefs’ pedem isenção da TSU este ano e IVA a 6% até final de 2021
Chefes de cozinha e proprietários de restaurantes reclamam a isenção da Taxa Social Única (TSU) até final deste ano e o IVA a 6% até final de 2021 para recuperar o setor, que emprega 240 mil pessoas em Portugal.
“Precisamos de ajuda! Somos 240 mil pessoas na restauração em Portugal. Isenção de TSU até final de 2020. IVA a 6% até final de 2021”, diz o apelo que vários ‘chefs’ lançaram hoje, ao final da tarde, nas redes sociais, pedindo apoios para o setor da restauração, afetado pela pandemia de covid-19.
José Avillez, à frente de um grupo com vários restaurantes em Portugal e um no Dubai, escreveu: “Queremos voltar a abrir. Queremos continuar a cozinhar e a cuidar. Queremos acreditar que um dia as coisas vão ser como eram. Queremos mostrar o que Portugal tem de melhor, como temos feito nos últimos anos. Queremos ser o ponto de encontro de portugueses e estrangeiros, de famílias e amigos.”
“Somos cozinheiros, somos restauradores. Somos o sorriso e o sabor de Portugal. Queremos continuar a trabalhar no duro, sem medo de investir na nossa cidade e no nosso país”, sustentou o ‘chef’ do “Belcanto (em Lisboa, duas estrelas Michelin e 42.º na lista dos 50 melhores restaurantes do Mundo).
Ljubomir Stanisic, ‘chef’ do “100 Maneiras” e “Bistro 100 Maneiras”, explicou o objetivo do apelo: “Não queremos combater. Não nos queremos opor. Não queremos politizar. Não queremos ir contra a maré, antes ajudar a remar a favor dela”.
“Queremos alimentar. A nós, aos nossos, aos outros. Alimentar o país, a economia, o índice de felicidade. (…) Mesmo que à distância, queremos abraçar com o olhar, beijar com sorrisos. Queremos superar a pandemia com a força da união”, referiu o chefe de cozinha, através do Instagram.
Alexandre Silva, ‘chef’ de três restaurantes em Lisboa, incluindo o “Loco” (uma estrela Michelin), afirmou: “Queremos voltar a fornecer a experiência culinária portuguesa a todos os portugueses e a quem nos visita. Precisamos de continuar!”.
Um apelo repetido por ‘chefs’ de norte a sul do país e que vai mais longe do que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que propôs a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA aos serviços de alimentação e bebidas, para estimular a retoma da atividade e salvar empregos, e defendeu que as câmaras devem isentar os estabelecimentos de qualquer pagamento por esplanada.
De acordo com o Plano de Desconfinamento do Governo, os restaurantes e cafés poderão reabrir a partir de 18 de maio, mas de acordo com as restrições impostas no âmbito da mitigação à propagação da pandemia de covid-19.
No caso dos restaurantes, o limite da lotação é de 50%, com funcionamento até às 23:00 e condições específicas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 280 mil mortos e infetou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.135 pessoas das 27.581 confirmadas como infetadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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