China considera como intimidação recomendações dos EUA para exportação de chips

A China prometeu “medidas firmes” em resposta às novas recomendações do Governo dos Estados Unidos sobre a exportação de semicondutores eletrónicos avançados, conhecidos como ‘chips’, denunciando uma tentativa de intimidação por parte de Washington

China considera como intimidação recomendações dos EUA para exportação de chips

“As medidas dos Estados Unidos são de unilateralismo típico, combinando intimidação e protecionismo, e prejudicam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento globais e da indústria de semicondutores”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio da China em comunicado.

Na semana passada, a Administração do Presidente norte-americano Donald Trump revogou restrições à exportação de semicondutores utilizados no desenvolvimento de inteligência artificial (IA), que penalizavam particularmente a China.

Em contrapartida, porém, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos substituiu as restrições por recomendações, que alertam “o público para as potenciais consequências de permitir que os ‘chips’ norte-americanos sejam utilizados” para desenvolver “modelos de IA chineses”.

O Departamento do Comércio explicou que a política visa partilhar a tecnologia de IA norte-americana “com países estrangeiros de confiança em todo o mundo, evitando que caia nas mãos dos adversários [dos EUA]”.

Estas orientações não são, porém, vinculativas, ao contrário das restrições propostas pela anterior Administração do democrata Joe Biden, que Trump agora revogou.

Não obstante, Pequim condenou veementemente a medida, acusando Washington de “abusar dos controlos de exportação para conter e reprimir a China”.

“Qualquer organização ou indivíduo que implemente ou auxilie na implementação destas medidas dos EUA pode estar a violar” as regulamentações chinesas, advertiu o Ministério do Comércio chinês.

As regras propostas por Biden, cada uma sujeita a um nível diferente de restrições, teriam entrado em vigor a 15 de maio, e dividiam os países em três categorias, por exemplo, os países considerados de “primeira categoria”, como o Japão e a Coreia do Sul, estavam isentos das restrições, enquanto os da segunda categoria — como o México e Portugal — estavam sujeitos a um limite no volume de ‘chips’ que podiam receber.

Os fabricantes de chips dos EUA, como a Nvidia e a AMD, tinham criticado estas restrições.

O líder da Nvidia, Jensen Huang, disse hoje que as restrições dos Estados Unidos às exportações de chips para a China falharam porque as empresas chinesas estavam a desenvolver tecnologias próprias.

“As empresas locais [chinesas] são muito, muito talentosas e muito determinadas, e o controlo das exportações deu-lhes a mentalidade, a energia e o apoio do Governo para acelerar o seu desenvolvimento”, acrescentou Huang.

“Penso que, no geral, os controlos de exportação foram um fracasso”, disse o gestor aos jornalistas, na feira de tecnologia Computex, na capital de Taiwan, Taipé.

VQ // APL

By Impala News / Lusa

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