Chuva atenua situação mas é preciso continuar a poupar água
O ministro do Ambiente afirmou que a chuva dos últimos dias atenua a situação de seca no país, mas advertiu para a necessidade de poupar água.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou esta terça-feira que a chuva dos últimos dias atenua a situação de seca no país, mas advertiu que “isso não inibe a necessidade” de se continuar a poupar água.
“A situação da seca é diminuída, mas não se resolve com estes dias de chuva. Estamos mais confiantes relativamente ao que vai ser o futuro, mas isso não inibe a necessidade de continuarmos a poupar água”, afirmou o ministro, no Porto, à margem da cerimónia de tomada de posse do novo conselho de administração da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
Revelando que ainda não teve acesso aos dados referentes à quantidade de água armazenada nas albufeiras em dezembro, Matos Fernandes frisou que “a água será sempre um bem escasso e é fundamental fazer uso mais parcimonioso dela”.
Para o ministro, há, de facto, a expectativa de que agora há mais água devido à chuva, nomeadamente nas regiões norte e centro, mas é preciso que “ninguém descanse”.
“Temos que continuar a ter uma postura de muito rigor na utilização do recurso, que é um recurso muito escasso”, disse.
A quantidade de água armazenada em dezembro subiu em cinco bacias hidrográficas de Portugal continental, mas desceu em sete, em comparação com o mês de novembro, segundo o boletim de armazenamento de albufeiras divulgado esta terça-feira.
O boletim do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) indica que das 60 albufeiras monitorizadas, cinco apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 24 têm disponibilidades inferiores a 40%.
De acordo com o SNIRH, a bacia que apresenta menor capacidade de armazenamento é a do Sado com 23,4%, uma subida ligeira em relação ao mês de novembro (21,6%).
Também a bacia do Lima, que no mês passado tinha registado valores baixos (28%), subiu em dezembro para os 35,8%.
A bacia do Guadiana é a que regista a maior capacidade de armazenamento 63,9%, seguindo-se a do Cávado (61,3%), do Ave (58,4%), do Douro (58%), do Mondego (53,4%), de Mira (53,2%), do Tejo (52,4%), do Barlavento (48,7%), do Arade (40,1%) e do Oeste (38,7%).
Os armazenamentos de dezembro de 2017 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de armazenamento de novembro (1990/91 a 2016/17).
A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira, segundo o SNIRH.
Em novembro de 2017 e comparativamente ao último dia do mês anterior tinha-se verificado um aumento do volume armazenado em duas bacias hidrográficas e uma descida em dez.
De acordo com o índice meteorológico de seca do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), divulgado na semana passada, no final de dezembro verificou-se, relativamente a 30 de novembro, um desagravamento da intensidade da seca meteorológica, com cerca de 60% do território (regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela) nas classes de seca severa e extrema.
O IPMA indicou também no seu boletim climatológico que o ano de 2017 foi o segundo mais quente dos últimos 86 anos e está entre os quatro mais secos desde 1931.
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