Covid-19: Irlanda suspende vacina da AstraZeneca até decidir a quem a vai dar
A Irlanda suspendeu temporariamente a administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19 para poder analisar e decidir qual a faixa etária que poderá ser imunizada com este fármaco, anunciou hoje o Serviço Nacional de Saúde da Irlanda.
A Irlanda suspendeu temporariamente a administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19 para poder analisar e decidir qual a faixa etária que poderá ser imunizada com este fármaco, anunciou hoje o Serviço Nacional de Saúde da Irlanda.
O HSE tomou esta decisão depois de o Comité Consultivo de Imunização Nacional (NIAC) ter recomendado, na segunda-feira à noite, que apenas pessoas com mais de 60 anos recebam esta vacina, dada a sua possível ligação a casos raros de coágulos sanguíneos.
O relatório do NIAC está a ser agora revisto pelo Governo de Dublin e pelo HSE a fim de incorporar esta recomendação na campanha de vacinação da Irlanda.
Outros países da União Europeia (UE) já impuseram restrições de idade à administração do preparado da farmacêutica anglo-sueca, depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter confirmado, na quarta-feira passada, uma “possível ligação” da AstraZeneca a casos de coagulação sanguínea.
Por exemplo, está reservada para maiores de 30 anos no Reino Unido, onde tem sido amplamente administrada, para maiores de 65 na Suécia e maiores de 60 em Portugal, Alemanha, Países Baixos e Filipinas.
A Alemanha está já a considerar comprar a polémica vacina russa, Sputnik V, caso o regulador europeu aprove a sua administração e em França foi indicado que as 533.000 pessoas com menos de 55 anos já vacinadas com uma primeira dose de AstraZeneca vão receber uma vacina diferente para a segunda dose.
Embora ainda não se saiba o impacto que esta medida terá no processo de imunização da Irlanda, as autoridades preveem a chegada de 813.000 doses desta vacina entre os meses de abril e junho deste ano, 20% do total para o segundo trimestre do ano.
Em linha com a posição da EMA, o NIAC sublinhou esta segunda-feira que o “benefício geral” desta vacina, que considera ser “altamente eficaz” a proteger a população da covid-19 e a evitar hospitalizações e mortes, supera os riscos associados a “casos muito raros” de trombose.
As autoridades irlandesas vacinaram, até sábado passado, – com todos os fármacos disponíveis -, 745.363 pessoas com a primeira dose e 313.031 com a segunda, num país onde vivem quase cinco milhões de pessoas.
No total, segundo o HSE, foram administradas 233,7 mil doses da vacina AstraZeneca.
A Autoridade Reguladora de Produtos de Saúde da Irlanda adiantou estar a investigar 17 casos de coágulos sanguíneos registados em pessoas recentemente vacinadas com a vacina da AstraZeneca, embora tenha especificado que apenas um deles está relacionado com os “casos raros de trombose” descritos pela EMA.
A Irlanda soma quase 4.800 mortos em 241 mil casos de covid-19, desde que foi detetado o primeiro caso, em dezembro de 2019 na China.
Em termos globais, a pandemia provocou, pelo menos, 2.937.355 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.918 pessoas dos 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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