Diplomacia climática vai resistir aos acontecimentos políticos

O chefe da ONU para o Clima, Simon Stiell, disse hoje, segundo dia da COP29 em Baku, que a diplomacia climática vai resistir aos acontecimentos políticos, numa referência direta à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Diplomacia climática vai resistir aos acontecimentos políticos

“Muitos de vós escreveram sobre as implicações climáticas dos acontecimentos políticos nas últimas semanas. Direi apenas que o nosso processo é robusto. É robusto e irá durar”, disse Stiell em conferência de imprensa.

Simon Stiell apelou ainda aos países de todo o mundo para que reduzam mais rapidamente as suas emissões de gases com efeito de estufa, alertando que “a crise climática está rapidamente a tornar-se um assassino da economia”.

“A crise climática é também uma crise de custo de vida em todas as economias do mundo, à medida que os desastres climáticos atingem cada vez mais as nossas cadeias de abastecimento e a produção agrícola, a ação climática é uma garantia global contra a inflação”, disse.

A 29.ª Conferência das Nac¸o~es Unidas sobre Alterações Clima´ticas (COP29) arrancou na segunda-feira em Baku, no Azerbaijão, e vai decorrer até dia 22.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o Presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, posaram hoje na fotografia de família que abriu o segundo dia da COP29.

Estes três líderes estiveram na primeira fila com os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e do Azerbaijão, Ilham Aliyev, o anfitrião da cimeira, e o primeiro-ministro da Hungria, Víktor Orbán.

Nem o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, nem o seu sucessor, o republicano Donald Trump, vão participar na reunião de Baku, ausências a que se juntam as do chefe do Kremlin, Vladimir Putin, do chinês Xi Jinping, e do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também recusou o convite bem como o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen.

Na segunda-feira, primeiro dia da cimeira do clima, os países adotaram as novas regras da ONU para o controverso mercado dos créditos de carbono, um passo fundamental para ajudar os países a cumprir as obrigações climáticas.

O primeiro dia da cimeira foi também marcado pela promessa do representante dos Estados Unidos, John Podesta, de que a ação climática continuará no país. Após a vitória de Donald Trump nas eleições da semana passada espera-se que os Estados Unidos se retirem do Acordo de Paris, como aconteceu na primeira presidência de Donald Trump.

DD (FP) // SB

By Impala News / Lusa

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