EMEL justifica fecho de estacionamento em Lisboa com pedidos da PSP e Proteção Civil
O encerramento de três parques de estacionamento em Lisboa, até domingo, devido aos concertos da cantora Taylor Swift, foi determinado pela Proteção Civil Municipal e pela PSP, informou hoje a EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento e Mobilidade de Lisboa.
“A EMEL foi informada através da Proteção Civil Municipal da necessidade de disponibilizar parques de estacionamento, para apoio ao concerto da Taylor Swift, entre os dias 18 e 26 de maio”, indica à Lusa, numa nota, a empresa municipal.
Ainda de acordo com a EMEL, “esta informação, datada de 17 de maio, veio acompanhada de um parecer da Divisão de Trânsito da PSP, que vai no sentido da necessidade de reserva de espaços para implementação de zonas de exclusão, que permitam a acomodação e gestão de multidões em segurança, bem como a implementação de condicionamentos e isolamentos de trânsito”.
Os parques de estacionamento do Colégio Militar, Cosme Damião e Avenida Lusíada estão fechados ao público até domingo, devido aos concertos da cantora Taylor Swift, mas utentes e comerciantes queixam-se da falta de aviso e alternativas viáveis.
Os concertos da cantora norte-americana, integrados na digressão “The Eras Tour”, decorrem no Estádio da Luz na sexta-feira e sábado, a partir das 18:00.
Numa nota divulgada no ‘site’ na segunda-feira, a EMEL revela que o encerramento temporário teve início às 20:00 de sábado nos parques Colégio Militar e Cosme Damião e à mesma hora de segunda-feira no da Avenida Lusíada.
“Dando cumprimento aos requisitos impostos pela PSP, a EMEL procedeu nesse mesmo dia ao aviso de todos os utilizadores que possuem assinatura nesses parques”, refere a empresa na nota enviada à Lusa.
“Perante estas restrições impostas à EMEL e aos nossos assinantes, foi proposto aos mesmos em alternativa o estacionamento nos parques do Alto dos Moinhos, Estrada da Luz, Telheiras Nascente e Telheiras Poente, como forma de mitigar a situação”, acrescenta a empresa na nota.
A EMEL não responde, contudo, à questão colocada pela Lusa sobre se a empresa tenciona, ou não, ressarcir os assinantes de encargos adicionais resultantes do fecho dos parques.
Apesar deste anúncio, a Lusa teve acesso a ‘e-mails’ enviados na sexta-feira a assinantes do parque do Colégio Militar, junto ao Centro Comercial Colombo, referindo que ficaria fechado a partir das 20:00 de segunda-feira (48 horas depois do que é indicado na nota da EMEL) e que uma alternativa seria o parque Cosme Damião (um espaço fechado).
Na mensagem enviada aos assinantes no dia anterior ao início das restrições foi pedida “a retirada antecipada da viatura”.
Para os assinantes acederem aos parques do Alto dos Moinhos, Estrada da Luz, Telheiras Nascente e Telheiras Poente, basta identificarem-se “no momento de acesso com o número da assinatura mensal”, explica a empresa na sua página na Internet.
No caso do Colégio Militar, acrescenta, os condicionamentos servem “para montagens e criação de bolsas para os milhares de espetadores em espera para a entrada e que poderão vir alguns dias antes”. A criação destas bolsas é também a justificação para o fecho do parque Cosme Damião.
Vários comerciantes e trabalhadores nas proximidades foram apanhados de surpresa na segunda-feira com o fecho do parque, como foi o caso de Andreia Neto, comerciante, 34 anos, que relatou à Lusa que “tinha um ‘e-mail’ da EMEL no ‘spam’ [lixo de correio eletrónico]” que só leu nesse dia, após se ver impedida de usar o parque.
“As avenças servem para isso, para termos o nosso lugar reservado e, neste momento, não nos deram solução, ou pagamos o estacionamento ou temos de ir de Uber”, criticou a comerciante.
Também a proprietária de um instituto de beleza e escola de formação, Catarina Moreira, criticou o encerramento do parque e a falta de alternativas.
“Pagamos avença mensal e não podemos usufruir do parque. Eu fiz uma cirurgia há pouco tempo em que não posso estar a deixar o carro longe e ter que fazer todo um percurso a pé, porque estou proibida pelo médico, e tenho estacionamento à porta do estabelecimento de que não posso usufruir”, afirmou.
A comerciante adiantou que vai “reclamar e falar com uma advogada no sentido de ser ressarcida de todos os valores” que está a suportar em estacionamento, “estando ainda a pagar uma avença da EMEL”.
Comerciante de materiais de construção na Rua Dr. João Couto, Filipe Monteiro referiu que o encerramento do parque da EMEL está a prejudicar funcionários e clientes, pois tem “diversas avenças com a EMEL para aquele parque” e viram-se privados de o utilizar, com lternativas “quase a um quilómetro de distância”.
LFS (FAC/ROC) // VAM
By Impala News / Lusa
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