Governos locais da China começam a utilizar DeepSeek para aumentar eficiência
Vários governos locais na China começaram a incorporar o modelo de inteligência artificial (IA) DeepSeek para ajudar nas tarefas administrativas e melhorar a assistência às necessidades públicas, informou a imprensa local
Grandes cidades como Shenzhen, Cantão ou Suzhou aderiram já ao novo grande modelo de linguagem chinês, segundo o jornal oficial Global Times.
O distrito de Longgang, em Shenzhen, instalou o modelo Deepseek-R1 na sua rede externa com acesso a todos os departamentos, enquanto Suzhou, na província de Jiangsu, junto a Xangai, incorporou este modelo e também o Deepseek-V3 na sua plataforma de tecnologias de informação de serviço público.
“O objetivo é fazer da IA um assistente eficiente para as tarefas do governo e transformar a forma como as suas operações são conduzidas, tornando-a mais inteligente, colaborativa e orientada para os dados”, disse o diretor do Gabinete de Gestão de Dados e Serviços Governamentais de Shenzhen, Xi Wei, citado pelo portal Shenzhen News.
No caso de Suzhou, o modelo será aplicado para pesquisa e geração de imagens, entre outros fins.
A incorporação desta ferramenta pelas instituições chinesas contrasta com a resposta recebida pelo DeepSeek em países da Ásia, Europa, América e Oceânia, que decidiram bloquear a utilização da aplicação chinesa, especialmente entre os funcionários públicos.
A razão invocada é a suspeita de que o sistema de recolha de dados – armazenados na China – possa divulgar informações sensíveis ou “distribuir ‘software’ malicioso e infetar dispositivos”, como defenderam os Estados Unidos.
A DeepSeek causou uma grande agitação no setor global da IA após o lançamento, há algumas semanas, do seu modelo V3, que terá levado apenas dois meses a desenvolver e custou menos de seis milhões de dólares (5,8 mil milhões de euros).
Lançado em 2023 pelo fundo de investimento chinês High-Flyer Quant, o DeepSeek é de código aberto e oferece serviços mais baratos do que o modelo o1 da OpenAI.
No entanto, a enorme atenção que gerou – foi líder em descargas para dispositivos Apple nos EUA – também se traduziu em críticas, uma vez que a aplicação se recusa a comentar questões afetadas pela censura na China, como o massacre de Tiananmen de 1989 ou o estatuto de Taiwan.
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By Impala News / Lusa
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