Investigadores usam ‘scan’ cerebral para detetar mais cedo doença de Parkinson

Imagens de ressonância magnética da atividade cerebral podem vir a ser um novo recurso para detetar precocemente a doença de Parkinson, anos antes de se tornar intratável, segundo os resultados de uma investigação da Fundação Champalimaud hoje publicados.

Investigadores usam 'scan' cerebral  para detetar mais cedo doença de Parkinson

O estudo, publicado no boletim científico Journal of Cerebral Blood Flow and Metabolism, baseou-se em imagens do cérebro de ratos de laboratório que revelaram as contribuições neurais e vasculares para a redução ou perda do olfato e deficiências visuais que se manifestam nesta doença anos antes dos efeitos relacionados à motricidade.

Noam Shemesh, que lidera a equipa de investigação, explicou à Lusa que este estudo pode permitir detetar mais precocemente a doença de Parkinson e abrir novas perspetivas para investigações sobre deficiências sensoriais durante a progressão da doença de Parkinson, além do desenvolvimento de biomarcadores precoces para a doença.

O estudo revelou deficiências sensoriais nos sinais de ressonância magnética em resposta a estímulos nas vias olfativa e visual que foram atribuídos a origens neurais e a contribuições vasculares como a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.

O objetivo de estudar as deficiências sensoriais em modelos de Parkinson foi o de entender melhor a progressão da doença e identificar possíveis intervenções terapêuticas, permitindo detetar estados precoces da doença e atuar na sua fase inicial, explicou o investigador.

A investigação juntou ressonância magnética com ferramentas genéticas, como a edição genética e a estimulação optogenética, para analisar as alterações que acontecem no cérebro no decorrer da doença.

O estudo foi financiado pelo Prémio Mantero Belard, no valor de 200 mil euros, um prémio de neurociência atribuído pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

VP // JMR

By Impala News / Lusa

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