Livros de Afonso Reis Cabral, Han Kang e Selva Almada nos destaques da Leya para 2025

Novos livros da sul-coreana Han Kang e da argentina Selva Almada, o novo romance de Afonso Reis Cabral, após sete anos de interregno, e “Ainda estou aqui”, do brasileiro Marcelo Rubens Paiva, vão ser publicados pela Leya em 2025.

Livros de Afonso Reis Cabral, Han Kang e Selva Almada nos destaques da Leya para 2025

O planeamento editorial para o primeiro trimestre do próximo ano foi hoje divulgado, em comunicado, pela Leya, que anuncia ainda a estreia da cantora e compositora portuguesa Luísa Sobral na ficção literária.

Logo em janeiro, chega, pela Dom Quixote, o novo romance da mais recente vencedora do Prémio Nobel da Literatura, Han Kang, “Despedidas impossíveis”, obra que venceu no ano passado o Prémio Médicis, em França, e que transporta o leitor através de uma viagem pela Coreia do Sul contemporânea e pela sua dolorosa história.

Outra das apostas da editora é o novo romance de Selva Almada — considerada uma das mais poderosas vozes da literatura contemporânea e uma das mais conceituadas intelectuais feministas da América Latina -, intitulado “Não é um rio”, que foi finalista do Prémio Booker Internacional deste ano, e que chega às livrarias em março.

Passado na Argentina rural, esta história explora a crueldade e a violência do universo masculino através dos pactos e alianças secretas entre homens, um tema de certa forma já abordado no seu único livro publicado em Portugal, “Raparigas mortas”, uma obra de não-ficção sobre três femicídios ocorridos no interior da Argentina na década de 1980.

No mesmo mês, a Dom Quixote publica também o novo romance da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, “Inventário de sonhos”, uma reflexão sobre as escolhas que fazemos, através de uma personagem que é apanhada sozinha na América pela pandemia e recorda o seu passado.

A editora destaca igualmente a estreia no mercado editorial português do escritor italiano Gianni Solla, com “O Ladrão de Cadernos”, e do venezuelano Rodrigo Blanco Calderón, com o seu último romance, “Simpatia”, em fevereiro.

Amor Towles chega também nesse mês, com “Mesa para dois”, um livro que começa com um camponês chamado Pushkin, que por amor à mulher (uma deslumbrada comunista) se muda para Moscovo em 1918, para depois dar sequência a cinco histórias ambientadas em Manhattan, mas herdeiras dos clássicos russos: eivadas pela mesma deriva moral, pelo existencialismo, a duplicidade, o vício, o amor ao belo.

Ainda na ficção estrangeira, a Leya destaca os mais recentes livros do japonês Haruki Murakami, “A Cidade e as Muralhas Incertas”, e do espanhol Arturo Pérez-Reverte, “O Problema Final”, a serem publicados em março, pela Casa das Letras e pela ASA, respetivamente.

Na literatura em língua portuguesa, um dos grandes destaques é a publicação da história autobiográfica do brasileiro Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui”, pela Dom Quixote, na base do filme com o mesmo título na corrida aos Óscares do próximo ano.

A história trata da relação do autor com sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que se tornou ativista política na sequência da prisão e desaparecimento do seu marido, pela ditadura militar brasileira (1964-1985), o que acabou por levá-la também à prisão, com uma das suas filhas.

O filme, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, Selton Melo e Fernanda Montenegro, está nomeado para os Golden Globe, na categoria de melhor filme em língua não inglesa, e, na terça-feira, foi apurado para finalista à nomeação para o Óscar de melhor filme internacional.

A ficção portuguesa traz em fevereiro o primeiro romance de Luísa Sobral, “Nem todas as árvores morrem de pé”, uma história que atravessa a ascensão de Hitler ao poder, a Segunda Guerra Mundial, a construção do Muro de Berlim e a sua queda.

No mês seguinte, vai estar de regresso Afonso Reis Cabral, sete anos depois da publicação de “Pão de Açúcar”, com um novo romance, intitulado “O último avô”, sobre um misterioso manuscrito queimado por um octogenário, uma semana antes de morrer, que será publicado em março.

A Editorial Caminho apresenta em fevereiro um novo livro de Germano Almeida, “Crime nas Correntes d’Escritas”, o primeiro romance do até aqui conhecido apenas como poeta Paulo Teixeira, “Não digas o que a baiana tem”, e o regresso de Ondjaki com António Jorge Gonçalves, no livro “O Tempo do Cão”.

A Casa das Letras preparou para este início de ano a publicação do novo livro de Francisco Moita Flores, “Agora e na hora da nossa sorte”.

Na área da não-ficção, a Leya destaca o “Dicionário crítico da revolução liberal, 1820-1834”, coordenado por Rui Ramos, José Luís Cardoso, Nuno Gonçalo Monteiro e Isabel Corrêa da Silva, o trabalho da jornalista norte-americana Annie Jacobsen “Guerra nuclear — Um cenário”, e o novo livro do filósofo Alain de Botton, “Uma viagem terapêutica”, todos com a chancela Dom Quixote.

A ASA vai lançar o novo ensaio do italiano Antonio Scurati, “Fascismo e populismo”, enquanto a Lua de Papel publicará os mais recentes livros de Scott Galloway, “A álgebra da riqueza”, de Gabor Mate, “No reino dos fantasmas famintos” e, de Jordan B. Peterson, “Nós, os que lutamos com Deus”.

Na Casa das Letras sairá a biografia do ator que deu vida a uma das mais notáveis personagens televisivas alguma vez inventadas, o Kramer de Seinfeld: “Entradas e Saídas”, de Michael Richards.

AL // MAG

By Impala News / Lusa

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