Massive Attack recordaram em Lisboa de que lado estão no conflito israelo-palestiniano

O conflito israelo-palestiniano ‘entrou’ hoje no festival Kalorama, a decorrer em Lisboa, com os Massive Attack a recordarem com clareza de que lado estão nesta e noutras questões que assolam o mundo atualmente.

Massive Attack recordaram em Lisboa de que lado estão no conflito israelo-palestiniano

A banda de Bristol tem um historial de ativismo político e social dentro e fora de palco, e hoje à noite voltou a demonstrá-lo no Parque da Bela da Vista.

Ao longo de quase duas horas — entre as 20:15 e as 22:00 — foram passando no ecrã que estava no fundo do palco imagens de situações reais, alternadas com outras de filmes de ficção, que iam sendo pontuadas com frases e palavras, muitas escritas em português, que remetiam para questões como as guerras, as ‘fake news’ ou as teorias da conspiração.

Ao longo do espetáculo foram exibidas várias vezes imagens captadas na Faixa de Gaza, com o público a ser recordado que aquele território palestiniano está ocupado por Israel desde 1967, embora o conflito se tenha intensificado desde outubro do ano passado.

Robert del Naja, um dos ‘pilares’ dos Massive Attack, apresentou-se em palco com uma braçadeira no braço esquerdo onde estava escrita a palavra Palestina.

Ao povo daquele país dedicou o tema “Safe from harm” (a salvo do perigo, tradução livre em potuguês), dando vivas à Palestina.

Num concerto em Bristol, terra de onde são originários, no domingo os Massive Attack tiveram com eles em palco o fotojornalista palestiniano Motaz Azaiza, a quem deram a palavra.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 22 de novembro de 2022, a Guerra da Bósnia, na década de 1990, ou o ressurgimento do fascismo — “Up against fascism” (de pé contra o fascismo, tradução livre em português) foi uma das frases mostrada no ecrã, durante algum tempo – foram outras questões abordadas ao longo do espetáculo.

O concerto começou com “Risigson”, um dos temas de “Mezzanine”, editado em 1998, dez anos depois da fundação do grupo.

No alinhamento não faltaram alguns dos temas mais populares dos Massive Attack – “Angel”, “Unfinished Sympathy”, “Karmacoma” ou “Teardrop” -, que contaram em palco com uma série de convidados: Horace Andy, Elizabeth Fraser, Young Fathers e Deborah Miller.

O 3.º MEO Kalorama decorre até domingo. O festival, que conta com mais de 50 atuações musicais distribuídas por quatro palcos, tem hoje como cabeças de cartaz, além dos Massive Attack, Sam Smith.

Os Jungle e os LCD Soundsystem são os cabeças de cartaz na sexta-feira, e Burna Boy e Raye os de sábado.

O cartaz inclui ainda bandas e artistas como Peggy Gou, Loyle Carner, The Kills, Gossip, Ana Lua Caiano, Unsafe Space Garden, Ezra Collective, Glockenwise, Ana Moura, dEUS e Soulwax.

Nesta edição, o festival adotou o sistema ‘cashless’ (com os pagamentos no recinto a serem feitos sem recurso a dinheiro ou cartão, através de uma pulseira).

Este sistema obriga à troca dos passes de três dias e bilhetes diários por pulseiras — que permitem a entrada e saída do recinto e servem como método de pagamento no festival.

Ao final da tarde de hoje formaram-se filas muito longas no local onde se troca os bilhetes por pulseiras, fazendo com que muitas pessoas demorassem bem mais tempo do que desejavam a entrar no recinto.

JRS // CC

By Impala News / Lusa

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