PSP diz que roubo de catalisadores envolve empresas que exportam metais preciosos
A investigação nacional ao furto de catalisadores, que culminou hoje na detenção de sete suspeitos, abrange empresas na exportação dos metais preciosos extraídos daqueles dispositivos.
A investigação nacional ao furto de catalisadores, que culminou hoje na detenção de sete suspeitos, abrange empresas envolvidas na exportação dos metais preciosos extraídos daqueles dispositivos, disseram hoje em Coimbra responsáveis da PSP.
“Haverá um mercado ilícito de aproveitamento destes resíduos”, afirmou em conferência de imprensa António Rodrigues dos Santos, do Departamento de Investigação Criminal da Direção Nacional da PSP.
Aqueles metais preciosos, como a platina, o paládio e o ródio, podem chegar a valer cinco vezes mais do que o ouro.
O intendente Rodrigues dos Santos realçou que, desde março de 2020, foram registadas 2.772 ocorrências e efetuadas 307 detenções, algumas em flagrante delito, relacionadas com o furto de catalisadores de viaturas em diferentes pontos do país.
“Os prejuízos para o cidadão português já rondam os dois milhões de euros”, adiantou, num encontro com os jornalistas, nas instalações da PSP de Coimbra, em que esteve acompanhado por Ângelo Afonso, que lidera a Esquadra de Investigação Criminal do Comando Distrital desta polícia.
Os prejuízos para os donos dos automóveis assaltados incluem a compra de um novo catalisador, a mão de obra da reparação e os danos noutros componentes do veículo.
Com a “Operação Carbono”, que decorreu hoje em simultâneo nos distritos de Santarém, Porto, Leiria e Coimbra, a PSP acredita num “efeito preventivo” do seu trabalho, com o qual deverá dissuadir os potenciais autores dos furtos, recetadores e exportadores dos metais preciosos.
“Os diversos autores relacionam-se entre si”, no âmbito de uma rede a nível nacional em que os furtos são geralmente realizados por “operacionais com dependência de drogas”, enquanto os intermediários podem ser “sucateiros ou oficinas de automóveis”, disse, por sua vez, o subcomissário Ângelo Afonso.
Segundo Rodrigues dos Santos, “muitas das pessoas” detidas desde 2020 e que intervêm no “fim de linha” do processo, incluindo na extração dos metais e na sua exportação, “têm licenciamento para o efeito”.
“Há uma grande ligação entre os autores”, nos quais se incluem cidadãos portugueses e “grupos de outras nacionalidades”, referiu.
Sete pessoas foram detidas hoje numa operação da PSP em vários distritos e que envolve a prática dos crimes de furto e recetação de catalisadores e branqueamento de capitais.
Em comunicado enviado à Lusa, a PSP esclareceu que seis pessoas foram detidas em cumprimento de mandados de detenção e uma em flagrante delito pelo crime de tráfico de estupefacientes.
As detenções foram resultado de 11 buscas domiciliárias e 16 não domiciliárias, que permitiram ainda a “apreensão de várias dezenas de catalisadores, 400 euros em dinheiro, dois motores e outros componentes de viaturas furtadas, uma arma de fogo, ferramentas utilizadas nos furtos e bidões contendo 250 litros de gasóleo”, presumivelmente também proveniente dos furtos.
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