Seca e fogos fizeram degradação da Amazónia brasileira crescer quase 500% em 2024

A degradação da floresta amazónica brasileira causada pelo fogo e pela retirada de madeira cresceu seis vezes (497%) em 2024 face a 2023, informou hoje o Imazon, enquanto a área desflorestada foi 7% menor no ano passado.

Seca e fogos fizeram degradação da Amazónia brasileira crescer quase 500% em 2024

A organização não-governamental, que monitoriza a região por imagens de satélite desde 2008, explicou num comunicado que a floresta amazónica no Brasil teve em 2024 o segundo ano consecutivo de queda no desflorestamento, após uma sequência de cinco anos com recordes negativos de área desflorestada.

De janeiro a dezembro do ano passado, foram derrubados 3.739 quilómetros quadrados da floresta, 7% a menos do que no mesmo período de 2023, quando a devastação atingiu 4.030 quilómetros quadrados.

Diferente do desflorestamento, que é a remoção completa da vegetação, a degradação florestal causada pelo fogo e pela extração de madeira atingiu 36.379 quilómetros quadrados da floresta em 2024, o que traduz um aumento de 497% face a 2023, quando foram atingidos 6.092 quilómetros quadrados.

A degradação registada no Brasil da maior floresta tropical do planeta foi a maior dos últimos 15 anos, desde 2009, após o Imazon ter começado a monitorar esse dano florestal.

Até então, a organização não-governamental informou que o recorde negativo era de 2017, quando foram degradados 11.493 quilómetros quadrados floresta.

“Esse aumento expressivo na área degrada da Amazónia ocorreu por causa do aumento dos incêndios, principalmente em agosto e setembro. Nesses dois meses, a degradação cresceu mais de 1.000%”, disse Larissa Amorim, investigadora do Imazon.   

Carlos Souza, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazónia do Imazon, explicou que 2024 foi um ano de seca extrema na região amazónica, o que gerou problemas hídricos e aumentou a vulnerabilidade da floresta aos incêndios.

 “Foram dois anos consecutivos de seca extrema na Amazónia, o que levou inclusive à ocorrência de queimadas em áreas húmidas da região”, sublinhou.

“Esperamos que esse padrão não se torne o novo normal. As emissões de carbono da degradação florestal associada às queimadas de 2024 superaram as emissões do desflorestamento”, revelou o coordenador do programa.

 

CYR // ANP

By Impala News / Lusa

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