Um quarto da população brasileira viveu em 2016 abaixo da linha da pobreza

Um quarto da população brasileira viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado, segundo uma pesquisa de indicadores sociais divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um quarto da população brasileira viveu em 2016 abaixo da linha da pobreza

Um quarto da população brasileira viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado, segundo uma pesquisa de indicadores sociais divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial é de 5,5 dólares diários e 25,4% da população brasileira teve uma renda diária abaixo daquele valor, que corresponde a um rendimento mensal de 98,8 euros.

“A situação é mais grave entre os 7,4 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64% estavam abaixo dessa faixa de renda”, informou o IBGE.

Fazendo um recorte que levou em conta a faixa etária, é possível perceber que a pobreza afetou diretamente crianças e adolescentes, que corresponderam a um percentual de 42,4% desse grupo etário.

“Também há alta incidência para homens e mulheres pretos ou mulatos (respetivamente 33,3% e 34,3%) em relação a homens e mulheres brancos (respetivamente 15,3% e 15,2%)”, destacou o estudo do IBGE. A desigualdade de renda no país continuou intrinsecamente ligada à questão da raça visto que o estudo indicou que entre os 10% da população com os menores rendimentos, 78,5% eram pretos ou mulatos.

Já entre os 10% mais ricos, os pretos ou mulatos representavam apenas 24,8%.

De novo a questão da raça trouxe diferenças importantes neste grupo tendo em vista que o número de jovens que não estudava nem trabalhava em 2016 era maior entre aqueles de cor ou raça preta ou mulata (29,1%) do que entre os brancos (21,2%).

A população jovem também foi a mais afetada pela crise económica que atingiu o Brasil nos últimos anos.

O nível de pessoas nesta faixa etária que estava trabalhando caiu de 59,1%, em 2012, para 52,6%, em 2016.

“A taxa de desocupação [desemprego] dos jovens ficou em 18,9% para homens e em 24,0% para mulheres. Dos desocupados, 54,9% tinham de 16 a 29 anos, refletindo em uma taxa de desocupação (21,1%) mais alta para este grupo que para os demais”, concluiu a pesquisa.

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