UNRWA regista morte de 272 dos seus trabalhadores em Gaza desde início da guerra

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) declarou hoje que 272 dos seus trabalhadores foram mortos durante os 15 meses de guerra na Faixa de Gaza.

UNRWA regista morte de 272 dos seus trabalhadores em Gaza desde início da guerra

Numa atualização sobre a situação em Gaza, a UNRWA lamentou que as condições humanitárias continuem a ser “catastróficas”, apesar do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que entrou em vigor no domingo, 19 de janeiro.

Gaza, segundo a agência, é “o local mais perigoso para os trabalhadores humanitários”

De acordo com os dados do Ministério da Saúde palestiniano recolhidos pela organização, pelo menos 47 161 pessoas foram mortas e 111.166 ficaram feridas desde 7 de outubro de 2023. Dos mortos, 13.319 eram crianças e 786 tinham menos de um ano de idade.

A organização afirmou que o cessar-fogo é “apenas um ponto de partida” para responder às necessidades dos habitantes de Gaza, que estão “devastados” após mais de 15 meses de “violência, deslocação e cerco”.

Apesar de “todos os obstáculos” existentes, foi comunicado que centenas de camiões da UNRWA com ajuda humanitária entraram em Gaza desde o início do cessar-fogo e que o equivalente a cerca de 7.000 camiões estão prontos para serem entregues, enquanto outros 1.521 estão em vias de ser adquiridos.

A UNRWA alertou para o facto de pelo menos 1,9 milhões de pessoas (cerca de 90% da população) terem sido deslocadas durante a guerra, muitas delas mais de dez vezes.

O comissário explicou que muitos dos deslocados estão a tentar regressar às suas casas, que na sua maioria desapareceram: estima-se que mais de 90% das casas foram danificadas ou destruídas e que os escombros ascendem a mais de 50 milhões de toneladas.

Além disso, alertou para os “imensos desafios sanitários que se avizinham”, uma vez que quase todos os hospitais de Gaza estão danificados ou parcialmente destruídos, enquanto cerca de 30 000 pessoas estão a sofrer ferimentos que mudaram a sua vida e que exigirão uma reabilitação contínua.

O presidente do Conselho Europeu disse na quinta-feira esperar apoio perante “enormes necessidades humanitárias” em Gaza no cessar-fogo, depois de receber em Bruxelas o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).

“Foi bom encontrar-me hoje com Philippe Lazzarini. A UNRWA está a desempenhar um papel crucial no apoio à população civil em Gaza, na Cisjordânia e em toda a região”, escreveu António Costa, numa publicação na rede social X.

O líder da instituição europeia que junta os chefes de Governo e de Estado europeus lembrou que, “durante a fase de implementação do cessar-fogo, as necessidades humanitárias serão enormes” na Faixa de Gaza.

A UNRWA chegou a estar envolta em polémica por Israel ter acusado nove funcionários – de um total de 14.000 – desta que é a principal agência de ajuda humanitária aos palestinianos terem estado envolvidos no ataque do 07 de outubro, tendo sido depois despedidos.

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Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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