Avó de 55 anos dá à luz neto para ajudar filha que não podia engravidar
“Quando soube que a minha filha não podia engravidar, ofereci-me para ser barriga de aluguer.” Criança que nasceu da avó faz dia 5 de fevereiro 2 anos. A história continua a emocionar o mundo.
Depois de adotar uma criança, devido a um diagnóstico que descartava a possibilidade de ser mãe, Nivalda engravidou de Gleice. Dezessete anos depois, Gleice descobriu uma mal-formação no útero que a impedia de ter filhos. Por isso, Arthur, filho de Gleice, foi gerado na barriga da avó, Nivalda. “Quando soube que minha filha não podia engravidar, ofereci-me para ser barriga de aluguer”, justifica a avó Nivalda.
“Num exame de rotina aos 17 anos, a minha filha descobriu que não tinha útero. As únicas possibilidades de ela ser mãe seriam adotar ou recorrer a uma barriga de aluguer”, recorda a avó Nivalda.
“Se não fosse a minha mãe, ninguém mais faria isso por mim”, diz Gleice, emocionada. “Num exame de rotina aos 17 anos, a minha filha descobriu que não tinha útero. As únicas possibilidades de ela ser mãe seriam adotar ou recorrer a uma barriga de aluguer”, recorda Nivalda. “Sem pensar, prometi que, quando chegasse a hora e se a saúde permitisse, eu geraria o bebé da minha filha. Agora, essa promessa tornou-se finalmente realidade.”
“Mal dá para descrever a alegria que senti quando a minha filha ligou no início de 2014 e perguntou se eu ainda queria ser sua barriga de aluguer. E claro que aceitei”
A decisão foi consensual em toda a família. “Assim como meu o marido, o meu genro sempre apoiou a ideia de eu ser a barriga de aluguer. Para falar a verdade, eu não via a hora de ajudar a minha menina a realizar esse sonho, mas obviamente tinha de esperar o momento que ela considerasse mais adequado. Mal dá para descrever a alegria que senti quando a minha filha ligou no início de 2014 e perguntou se eu ainda queria ser sua barriga de aluguer. E claro que aceitei”, conta Nivalda.
“A Gleice e o meu genro acompanharam o parto. Foi lindo, senti-me plena, realizada. Ela não poderia tê-lo, mas eu pude proporcionar-lhe este sonho”, emociona-se Nivalda, hoje com 57 anos
Após os exames necessários, conclui-se que clinicamente a gestação seria possível e que não haveria quaisquer constrangimentos quer para a mãe (a avó, neste caso), quer para o feto. A “cesariana aconteceu no dia 5 de fevereiro de 2015”, há praticamente dois anos. “Eu mal podia esperar pelo grande dia! Fiz até uma contagem decrescente no Facebook. A Gleice e o meu genro acompanharam o parto. Quando o Arthur nasceu, o médico mostrou-mo e eu disse: Arthur, chegaste. A mãe está ali para te receber! Então a Gleice pegou-o ao colo! Foi lindo, senti-me plena, realizada. Ela não poderia tê-lo, mas eu pude proporcionar-lhe este sonho”, emociona-se Nivalda, hoje com 57 anos.
Portugal é o terceiro país da União Europeia a criar legislação específica para a gestação de substituição, permitindo que mulheres que não podem ter uma gravidez possam ser mães
Portugal é o terceiro país da União Europeia a criar legislação específica para a gestação de substituição – a chamada barriga de aluguer –, permitindo que mulheres que não podem ter uma gravidez possam ser mães. Até aqui, apenas Grécia e Reino Unido tinham criado regras específicas que estabelecem que o recurso à gestação de substituição tem de ser sempre altruísta. Mais países permitem o recurso à gestação de substituição, mas nem todos com as mesmas regras. Em Israel há leis próprias: a gestante tem de ter filhos próprios e não pode ser família. No Chipre, a possibilidade não pode envolver pagamentos.
No Brasil, o único requisito é o de que a gestante seja família direta e a criança quando nasce tenha de ser registada com o nome da mulher que deu à luz
No Brasil, esta também é uma possibilidade, embora não exista regulamentação. O único requisito é o de que a gestante seja família direta e a criança quando nasce tenha de ser registada com o nome da mulher que deu à luz. Só mais tarde é possível fazer a mudança do nome da mãe. É precisamente o caso de Arthur, ainda registado como filho da avó…
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