Bruno Fernandes temeu pela família: «Pedi à minha mulher que fosse para o Porto»
Bruno Fernandes, a terceira e última testemunha a prestar depoimento esta terça-feira, 10 de dezembro, no julgamento do ataque à Academia de Alcochete, revelou que não foi agredido, mas ainda hoje sente medo.
Bruno Fernandes, a terceira e última testemunha a prestar depoimento esta terça-feira, 10 de dezembro, no julgamento do ataque à Academia de Alcochete, que decorre no Tribunal de Monsanto, revelou que não foi agredido. «Afastaram-me e disseram que não era nada comigo. Ninguém me tocou», recorda, salientando que os agressores dirigiram-se a Acuña, Battaglia, Rui Patrício e William.
Ao entrarem no balneário, Bruno Fernandes diz ter ouvido os agressores gritarem: «’Vou matar-vos’»; ‘Acuña, vou apanhar-te’; ‘Vocês não merecem usar essa camisola’ e, antes de saírem, ‘Não ganhem no domingo, que vão ver o que vos acontece’».
Questionado sobre se ficou com medo, o jogador refere que ainda hoje o sente. «Principalmente quando temos os jogos, sinto algum tempo de ansiedade e temor que possa acontecer novamente», contou o jogador, revelando ainda que temeu pelo bem-estar da família: «Pedi à minha Mulher que agarrasse na minha filha e fosse para o Porto».
Após o incidente na Academia, a Federação Portuguesa de Futebol ofereceu proteção ao jogador, mas o mesmo recusou porque já tinha contratado. «Tive segurança até ao momento em que fui jogar pela seleção nacional, quatro ou cinco dias», afirma, revelando que atualmente não tem [segurança], pois foi acordado com o clube que a sua segurança seria aumentada quando voltou a assinar contrato com o clube.
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Hora do treino de dia 15 foi alterada por Bruno de Carvalho
Bruno Fernandes esteve presente na reunião que aconteceu a 14 de maio e da qual surgiu a alteração da hora do treino de dia 15 de maio.
Na reunião – que terá servido para discutir os acontecimentos após o jogo da Madeira e o bate-boca entre Acuña e adeptos – Bruno de Carvalho, presidente do clube à data, repreendeu o jogador.
«O presidente na altura, Bruno de Carvalho, disse que não podia acontecer, que o Acuña não podia ter uma reação daquelas com a claque. Que lhe tinham ligado.» Questionado sobre a conclusão a que se chegou, remata: «O Bruno de Carvalho saiu da reunião. Basicamente não houve entendimento , a única coisa que [o ex-presidente] disse foi: ‘Aconteça o que acontecer, estão comigo? Amanhã à tarde estarei lá convosco’.»
Bruno Fernandes refere que o treino do dia 15 de maio estava inicialmente marcado para a parte da manhã. «O treino já estava previsto para dia 15 de maio. Na reunião, Bruno de Carvalho disse que o treino seria à tarde. Não houve nenhuma explicação», conta, revelando que a hora foi especificada à noite, via mensagem, por Vasco Fernandes.
Texto: Sílvia de Abreu
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