Catalunha: Mais de 4.000 pessoas manifestam-se em Girona contra as cargas policiais
Cerca de 4.000 pessoas concentraram-se ao final da manhã em Girona em protesto contra a intervenção e as cargas policiais na jornada de referendo, no domingo, na Catalunha, indicaram a Polícia Local e os Mossos d’Esquadra.
Cerca de 4.000 pessoas concentraram-se hoje ao final da manhã em Girona em protesto contra a intervenção e as cargas policiais na jornada de referendo, no domingo, na Catalunha, indicaram a Polícia Local e os Mossos d’Esquadra.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem a favor da independência da Catalunha na Praça del Vi, onde está a câmara municipal de Girona. No epicentro do protesto estavam os Bombeiros da Generalitat (Governo regional), ovacionados pelos presentes.
No decorrer da jornada do referendo, no domingo, os bombeiros catalães envolveram-se em confrontos com a polícia nacional espanhola e a Guarda Civil, chamados para impedir a votação face à inação da polícia regional, os Mossos d’Esquadra.
Os bombeiros tentaram impedir as cargas policiais sobre os cidadãos que pretendiam votar, acontecimentos registados pelas câmaras dos meios de comunicação social espanhóis e internacionais.
A presidente de Câmara (alcaldesa) Marta Madrenas, (Partido Democrático Europeu da Catalunha) liderou a representação municipal, enquanto que o delegado da Generalitat na província, Eudald Casadesús, encabeçou a comitivida do governo regional.
Madrenas apelou a todos os presentes e aos restantes cidadãos para que se juntem à greve geral convocada para terça-feira. A Câmara de Girona, referiu, também vai estar parada, para “estar ao lado do povo”.
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para domingo pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.
Face à inação da polícia regional, os Mossos d’Esquadra, em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.
A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos, residentes e cidadãos em geral numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.
Estas forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont.
Os confrontos provocaram — segundo a Generalitat — mais de 890 feridos, 250 dos quais na região de Girona. As autoridades não especificaram quantas pessoas assistidas sofreram feridas físicas.
A Diocese de Girona também condenou hoje a “violência que está a sofrer o povo da Catalunha”, numa referência aos “graves incidentes” de domingo.
A nota da diocese liderada pelo Bispo de Girona, Francesc Pardo, critica ainda “o tratamento sofrido por muitos cidadãos que quiseram expressar livre e pacificamente a sua opinião”.
“A resistência não se resolve com violencia, mas sim com um diálogo sincero e pacífico”, realça.
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