Clientes da operadora moçambicana Tmcel sem serviços em Maputo após vandalização

A operadora de rede móvel moçambicana Tmcel queixou-se hoje da vandalização de equipamentos em vários locais de Maputo que deixaram clientes sem serviços de voz e dados na capital.

Clientes da operadora moçambicana Tmcel sem serviços em Maputo após vandalização

Em comunicado, a operadora detida pelo Estado explica que “devido à vandalização de armários, situados nos passeios”, os quais contêm equipamentos de suporte, incluindo da rede fixa, “alguns clientes da baixa da cidade de Maputo, Matola, Polana, Alto-Maé e Malhangalene encontram-se sem serviços”.

“Estão a ser envidados todos os esforços para a normalização da situação o mais breve possível”, refere a Moçambique Telecom (Tmcel), uma das três operadoras da rede móvel no país.

A empresa afirma que tem “investido na consciencialização das comunidades e na articulação com as autoridades locais, promovendo medidas de reforço da vigilância”.

O objetivo é “evitar este tipo de ocorrências que muito comprometem a prestação dos serviços, pelo que convida-se a cada cidadão que seja vigilante, na sua zona, para proteger estas infraestruturas”, apela a operadora.

A Tmcel reduziu os prejuízos para menos de metade em 2023, fechando o exercício daquele ano com um resultado líquido negativo de 2.130 milhões de meticais (30,5 milhões de euros).

De acordo com o relatório e contas de 2023, a que a Lusa teve acesso, a operadora tinha registado prejuízos de quase 4.333 milhões de meticais (62,1 milhões de euros) em 2022 e terminou o ano seguinte com 1.842.679 clientes ativos na rede móvel e 27.466 na rede fixa.

No relatório lembra-se que o Estado, enquanto acionista maioritário (92% do capital social) representado pelo Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE), intervencionou a Tmcel em março de 2023, “com vista a melhorar o seu desempenho”, avançando com um Plano de Revitalização, aprovado dois meses depois.

A Tmcel apresentava em 31 de dezembro de 2023 um capital próprio negativo superior a 10.122 milhões de meticais (145 milhões de euros), decorrente de resultados acumulados de anos anteriores, e um passivo de 37.925 milhões de meticais (543,7 milhões de euros), que excede o ativo total, de 27.802 milhões de meticais (398,6 milhões de euros).

A Tmcel foi constituída em dezembro de 2018, fruto da fusão das extintas Telecomunicações de Moçambique (TDM) e Moçambique Celular (Mcel), para “criação de uma entidade única, competitiva e sustentável no mercado”, indicou-se no documento.

Aquando da constituição, a Tmcel — cujo capital social é ainda detido em 8% por antigos trabalhadores das duas empresas extintas – contava com um efetivo de 2.054 trabalhadores. Em 2022, esse número já tinha recuado para 1.476, fechando a operadora o ano de 2023 com um total de 1.370 trabalhadores.

Até finais de 2023, em resultado da implementação da segunda fase do projeto de modernização e expansão da rede, iniciado em janeiro de 2022, a operadora referiu que foram “modernizados e/ou ativados” um total de 966 ‘sites’ – antenas de transmissão -, (478 em todo o ano passado), dos 1.077 planeados até à conclusão do projeto.

Ainda no âmbito da modernização e expansão da rede, iniciada em janeiro de 2022, após “quase dez anos sem investimento”, a Tmcel, que opera uma rede de suporte de 7.600 quilómetros de fibra ótica e de 8.500 quilómetros de redes de acesso, já tinha aumentado, em 2023, a cobertura de banda larga de 10 para 400 gigabits por segundo (Gbps), e uma cobertura global por 4.5G na rede móvel.

 

PVJ // VM

By Impala News / Lusa

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