Diretora e psicólogo acusados de espancar jovens em risco
A ex-diretora técnica e o ex-psicólogo de uma casa de acolhimento de jovens em risco do Barreiro vão ser julgados por maus-tratos de dois rapazes de 15 anos. Os menores institucionalizados foram alvo de crimes ao longo de cerca de um ano.

A ex-diretora técnica e o ex-psicólogo de uma casa de acolhimento de jovens em risco do Barreiro – pertencente à Cooperativa Rumo – são acusados de espancar jovens em risco e vão, em breve, ser julgados por maus-tratos de dois rapazes de 15 anos ali institucionalizados. As vítimas foram alvo de espancamentos e insultos ao longo de um ano, entre 2016 e 2017, avança o JN.
O Ministério Público reporta várias situações em que Carla Santos, a diretora técnica, e Vladimir Pérez, o psicólogo, terão agredido os dois menores. Numa delas os jovens foram forçados a calçar luvas de boxe e a lutar um contra o outro. Tudo aconteceu depois de os adolescentes se terem portado mal na escola, levando Vladimir a “desferir socos com uma luva de boxe nos dois e pontapeou um”, refere o MP citado pelo ‘JN’. “Ao outro deu um murro no peito. Depois, entregou as luvas de boxe aos dois e disse-lhes para lutarem”, descrevem os procuradores alegando que Carla Santos estava presente e também terá incitado à luta entre os jovens.
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Jovens tentaram fazer queixa
De acordo com a acusação, o psicólogo era o mais ativo nos maus tratos, tendo agredido a murro um dos jovens por ter faltado às aulas e insultado o outro por não ter tido uma aula de “luta olímpica” na escola. “Queres luta? Eu dou-te a luta em casa”, disse Vladimir. Da mesma forma, Carla Santos, adianta o jornal com base nas acusações do MP, terá esbofeteado um dos jovens porque este, depois de se ter magoado a jogar futebol, disse um palavrão.
Na Páscoa de 2017, um dos menores foi à esquadra para apresentar queixa contra a diretora e o psicólogo da Rumo. Mas desistiu quando viu que aqueles dois aguardavam por si na esquadra. Foi então levado para um descampado e agredido. Com a assistência de Carla Santos, Vladimir desferiu pancadas na cabeça do jovem com os nós dos dedos e socos, causando-lhe lesões, acusa o MP. A denúncia chegou ao MP em janeiro de 2018 pela Direção da Rumo, depois de uma funcionária denunciar o que se passava na casa do Lavradio junto dos dirigentes da cooperativa. Os suspeitos foram suspensos, em janeiro de 2018, quando a instituição abriu um inquérito interno, findo em maio desse ano com o despedimento por justa causa. As conclusões foram remetidas ao MP, que investigou e deduziu a acusação.
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