Braço privado do Banco Mundial perspetiva expansão nos países lusófonos

A Sociedade Financeira Internacional (IFC, sigla inglesa), braço do Banco Mundial para o setor privado, perspetiva continuar a expandir o investimento nos países lusófonos, disse hoje à Lusa Cláudia Conceição, diretora regional da IFC para a África Austral. 

Braço privado do Banco Mundial perspetiva expansão nos países lusófonos

“Nos últimos cinco anos, a IFC aumentou significativamente a presença na África lusófona. Temos atualmente representações em cinco dos seis países e a perspetiva é, sem dúvida, expansionista”, referiu aquela responsável, à margem do Fórum de Negócios da África Lusófona, que decorreu quinta-feira e sexta-feira na ilha do Sal, Cabo Verde.

No momento, a IFC tem “cerca de 25 projetos já implementados e 1,5 biliões de dólares [1,3 mil milhões de euros] investidos”, nos últimos cinco anos, e “a tendência é de expandir, de fazer muito mais e crescer, não só do ponto de vista de investimento em capital, mas também de assistência técnica”, disse.

A assistência é dirigida a melhorias do ambiente de negócios e capacitação do setor privado com padrões aceitáveis pelas instituições financeiras internacionais. 

No contexto de instituições globais, “é fácil ter uma comunidade tão pequena como os PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa]”, com “vários países que são mercados pequenos, ficarem perdidos” face a blocos de maior dimensão, referiu, para justificar o porquê de a aposta ter sido feita só nos últimos anos, muito por obra do vice-presidente regional, Sérgio Pimenta, com “uma estratégia deliberada de recrutar mais colaboradores de expressão portuguesa” e que “conhecem estes mercados”.

“Ainda ontem ouvi uma expressão de que gostei muito: o investimento não gosta de barulho, quer um ambiente onde haja segurança e com a certeza de que as autoridades vão colaborar”, acrescentou Cláudia Conceição, referindo-se à relação privado-público, em que o papel da IFC e do grupo Banco Mundial é importante.

“O que se vê cada vez mais é um reconhecimento por parte das autoridades sobre o papel fundamental do setor privado, em libertar encargos do Estado na gestão de vários interesses públicos, passando-os para o setor privado”, que passam a ser geridos “de forma mais eficiente”, acrescentou.

Para algumas economias que eram completamente centralizadas, há “um processo de transição” que inclui “uma mudança de mentalidades muito grande e uma mudança da estrutura do setor público, leis e regulamentos. Isto não acontece de um dia para outro, mas a vontade está lá e o reconhecimento de que o Estado não tem a capacidade de fazer tudo sozinho”, disse. 

O primeiro Fórum de Negócios da África Lusófona que terminou na sexta-feira, na ilha do Sal, Cabo Verde, permitiu abrir terreno para novos projetos e a IFC prevê realizar uma segunda edição, em data e local a definir.

“Apesar de os países estarem em estágios diferentes, os desafios são muito similares. Há aqui uma questão de escala ou de dimensão, mas os desafios são muito similares”, concluiu Cláudia Conceição.

*** A Lusa viajou a convite da Sociedade Financeira Internacional (IFC, sigla inglesa), instituição do Banco Mundial ***

LFO // MLL

By Impala News / Lusa

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