Budesbank insiste que Europa deve posicionar-se como economia com “grandes forças”
O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, insistiu hoje que a Europa tem “grandes forças” e que os países que a compõem têm economias “superpoderosas”, uma realidade que deve ser colocada sobre a mesa durante as negociações sobre tarifas com os EUA.

Nagel discursava num pequeno-almoço informativo do Fórum Europa, em Madrid, onde reiterou que a política do Governo dos EUA não é “uma boa política económica” e que com as tarifas “ninguém ganha”.
“A Europa é uma economia de grandes forças” e não é “uma economia fraca”, disse o presidente do Bundesbank, que reconheceu que o crescimento “podia ser melhor”, mas na sua opinião “muito está a ser feito para melhorar as taxas de crescimento”.
Relativamente às negociações com o Governo de Donald Trump sobre as tarifas, indicou que devem ser abordadas “como parceiros realmente fortes” e que deve ser deixado claro aos “colegas norte-americanos” que se quiserem impor este tipo de tarifas e se forem por esse caminho “terão muito mais a perder do que os europeus”.
Nagel apresentou o exemplo da inflação, uma vez que um país que impõe tarifas “é muito mais vulnerável” à subida de preços do que os países que têm de pagar essas tarifas.
Referiu-se também à incerteza gerada por medidas deste tipo, que “não é boa para o investimento, não é boa para o consumo” e “não é boa para os mercados financeiros”.
Relativamente ao novo Governo alemão, manifestou esperança de que “a Alemanha consiga melhorar a sua situação” e descreveu como “corretos” os primeiros sinais dados pelo Chanceler, Friedrich Mer, “para promover o crescimento”.
No entanto, recordou que a Alemanha terá também de “lidar” com as questões da burocracia, da digitalização e dos preços da energia.
“A Alemanha tem de se recompor para melhorar a sua competitividade” e “se avançar nessa direção e se tornar mais forte, isso será uma boa notícia para toda a Europa”, afirmou Nagel, que considerou que o próximo trimestre poderá registar “algum reforço” e “números mais fortes e positivos do que o esperado”.
Este “pode ser um bom ponto de partida” e se “tudo o que eles disseram que iam fazer for implementado, então as coisas vão correr bem”, concluiu.
MC // MSF
By Impala News / Lusa
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