EDP testa soluções de ‘drone’ e ‘Lone Worker’ na barragem Castelo do Bode com 5G
Um ‘drone’ que faz inspeção em tempo real à barragem de Castelo do Bode ou a geolocalização ‘Lone Worker’ que reforça a segurança dos trabalhadores são algumas das experiências que a EDP está a testar com 5G da Vodafone.
Castelo do Bode é a primeira barragem da Europa, “e até do mundo”, com 5G instalado, de acordo com a Vodafone Portugal, numa parceria com a EDP que dispõe agora de um laboratório vivo (‘Living Lab’) para testar tecnologia.
O laboratório vivo da EDP está a desenvolver mecanismos para melhorar a segurança e automação da barragem de Castelo do Bode, infraestrutura localizada no concelho de Tomar e que abastece os habitantes na área de Lisboa e concelhos vizinhos.
No caso da segurança, está a ser desenvolvido o ‘Lone Worker’, uma aplicação que permite, segundo o diretor da área digital da EDP Geração, Tiago Marques, “monitorizar a equipa que está a operar e (…) onde os trabalhadores podem lançar alertas em caso de algum problema que sintam, alguma má disposição ou algum problema de segurança”.
O Lone Worker é “uma aplicação que os trabalhadores da barragem têm nos seus telemóveis e sempre que entram dentro da zona circundante da barragem passam a estar geolocalizados”, afirma Tiago Marques.
Este ‘software’ utiliza várias funcionalidades, nomeadamente — o ‘push-to-video’ que permite ao trabalhador realizar uma videochamada e o ‘push-to-talk’ que possibilita comunicar via áudio com a equipa que está a monitorizar as operações e o ‘person down’.
A Lusa assistiu também a um exercício que consistiu numa simulação feita por um trabalhador da barragem em caso de um acidente, onde este cai e recorre à funcionalidade ‘SOS’ que posteriormente ativa o ‘push-to-talk’.
Toda esta comunicação é feita através da rede 5G que, como a Lusa constatou no local, está disponível em zonas menos acessíveis da infraestrutura.
Outro dos casos de teste tem a ver com a utilização de um ‘drone’ que através da rede 5G transmite imagens de alta resolução em tempo real, o que permite a “inspeção a um conjunto de infraestruturas e equipamentos críticos de toda esta instalação” da barragem sem recurso a “intervenção humana”, explica o diretor da área digital da EDP Geração.
Isto porque o ‘drone’ é “autónomo” através de um “voo pré-programado” que passa pela linha de alta tensão, pelos transformadores na subestação e que depois voa para albufeira para verificar o conjunto de equipamentos, terminando a rota nas comportas para verificar se existe algum dano nos descarregadores.
O ‘drone’ tem ainda a capacidade de se desviar de aves, caso se cruze com alguma durante o voo.
O ‘Living Lab’ conta ainda com um robô que está conectado através do 5G e com recurso a uma lente fotográfica emite imagens em tempo real para o controlador. Este está ainda dotado de lagartas com ímanes magnéticos que permitem ao dispositivo subir pelas condutas a um ângulo de 90 graus, acedendo a espaços anteriormente de difícil acesso.
Há ainda o ‘video analytics’, que é um caso de estudo assente em câmaras de CCTV para reconhecimento/’tracking’ de pessoas, objetos, sensores e manómetros para deteção de operacionais anómalos e de intrusão, bem como inspeções de infraestruturas.
Através da analítica de vídeo é possível saber quantas pessoas estão dentro da infraestrutura, por exemplo.
A parceria entre a EDP e a Vodafone possibilita ainda outros casos de uso como a Realidade Aumentada, uma ferramenta que, de acordo com a EDP, permite aos trabalhados a assistência nos trabalhos de manutenção.
Com recurso a óculos de Realidade Aumentada estes podem, sem qualquer experiência prévia, realizar trabalhos de manutenção através de um conjunto de passos predefinidos para cada operação que são visíveis por intermédio dos óculos.
De acordo com a EDP, todos os dispositivos que utilizem e possam beneficiar de tecnologias de comunicação podem ser incluídos neste projeto-piloto.
A elétrica considera que a transformação digital sobre conectividade 5G irá permitir impulsionar a inovação e criar maturidade sobre a tecnologia ao nível do grupo EDP, criando oportunidade de transformação dos processos operacionais e de negócio.
O 5G melhora a eficiência operacional e a segurança das centrais, mas também abre caminho para a introdução de inovações tecnológicas que podem transformar a gestão e a manutenção dessas infraestruturas críticas, refere a empresa.
A escolha da barragem de Castelo do Bode para o piloto 5G está associada ao facto de se tratar de um ativo representativo do negócio de geração de energia da EDP, com desafios relevantes relacionados com a diversidade e legado tecnológico, de acordo com a empresa.
Além da sua localização, com fáceis acessos e não muito longe dos centros urbanos, o que permite maior agilidade na dinamização do ecossistema de parceiros, é também uma instalação dotada de uma equipa com elevada maturidade tecnológica e com grande abertura à inovação, refere a EDP.
O projeto-piloto arrancou formalmente em 04 de abril e a parceria com a Vodafone prevê que os serviços de comunicações que suportam o ‘Living Lab’ se mantenham ao longo de 36 meses (três anos).
A Central Hidroelétrica de Castelo de Bode começou a ser construída em 1946 e entrou em operação em 1951 (há 73 anos).
*** Alexandra Luís e Afonso Rodrigues (texto), Hugo Fragata (vídeo) e Miguel Lopes (foto), da agência Lusa ***
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By Impala News / Lusa
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