Excedente das contas públicas de Macau cai quase um terço em janeiro
Macau terminou janeiro com um excedente nas contas públicas 32% menor do que no mesmo mês de 2024, sobretudo devido a uma desaceleração nas receitas do jogo.

O excedente da região semiautónoma chinesa fixou-se em 3,68 mil milhões de patacas (436,7 milhões de euros), de acordo com os últimos dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território, na terça-feira.
Macau fechou o ano passado com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas (1,87 mil milhões de euros), mais do dobro do registado em 2023.
Além disso, foi o primeiro ano desde 2020, no início da pandemia, que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica (a “miniconstituição” de Macau), sem efetuar transferências da reserva financeira.
A principal razão para a redução no excedente foi uma queda de 20% na receita corrente, para 8,39 mil milhões de patacas (994,2 milhões de euros), devido aos impostos sobre o jogo, que representaram 85,7% do total.
As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto direto de 35% sobre as receitas do jogo, 2,4% destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e 1,6% entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.
As receitas do jogo em Macau caíram 5,6% em janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2024, para menos de 18,3 mil milhões de patacas (2,19 mil milhões de euros) apesar do Ano Novo Lunar, uma época alta para o turismo.
A chamada ‘semana dourada’ do Ano Novo Lunar, um período de feriados na China continental, que varia consoante o calendário lunar, decorreu este ano entre 28 de janeiro e 04 de fevereiro.
Em janeiro, Macau recolheu 7,5% da receita corrente projetada para 2025 no orçamento da região, que é de 112,6 mil milhões de patacas (13,3 mil milhões de euros).
No início de dezembro, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previram que as receitas deveriam ser menores do que o estimado pelo Governo: 111,8 mil milhões de patacas (13,25 mil milhões de euros).
O excedente do território encolheu apesar da despesa pública ter descido 7% em janeiro, para 72 mil milhões de patacas (558,9 milhões de euros), sobretudo devido ao investimento em infraestruturas, que caiu para menos de metade.
O Governo de Macau gastou 594,6 milhões de patacas (70,5 milhões de euros) no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração, menos 52,9% em comparação com janeiro de 2024.
Pelo contrário, a despesa corrente aumentou 8,2% para 4,12 mil milhões de patacas (488,3 milhões de euros), principalmente devido a uma subida de 12,9% nos apoios sociais e subsídios dados à população.
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By Impala News / Lusa
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