Forte movimento de venda leva Wall Street para o pior dia de perdas desde 2022

Um forte movimento de vendas levou hoje a praça nova-iorquina a viver o pior dia de perdas desde 2022, depois de os resultados da Alphabet e Tesla, divulgados depois do fecho de terça-feira, terem causado preocupações aos investidores.

Forte movimento de venda leva Wall Street para o pior dia de perdas desde 2022

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice tecnológico Nasdaq perdeu 3,6%, o alargado S&P50 desvalorizou 2,3% – a sua quinta queda nos últimos seis dias — e o seletivo Dow Jones Industrial Average caiu 1,2%.

Os números dos lucros da Alphabet e Tesla não foram desastrosos, mas levantaram questões entre os investidores sobre se os resultados de outros pesos pesados do mercado bolsista relativos ao +ultimo trimestre também podem ficar aquém das expectativas, apontou Sam Stovall, diretor de investimentos na CFRA.

“Quantos mais desapontamentos vamos ver? É capaz de ser melhor vender primeiro e perguntar depois”, questionou.

A Tesla, um dos pesos pesados de Wall Street, perdeu hoje 12,3%, depois de apresentar uma baixa homóloga de lucros trimestrais de 45% e de a sua faturação ter ficado aquém do que os analistas esperavam.

A Tesla tem sido uma das empresas mais valiosas da bolsa, graças aos seus veículos elétricos e a iniciativas no campo da inteligência artificial (IA), como o robotaxi. Porém, como alertou Joseph Spak, analista da UBS, a determinação do seu valor é algo difícil: “O desafio é a falta de clareza do quadro temporal e da probabilidade de sucesso”.

Já na Alphabet, a paciência dos investidores com os seus grandes investimentos na IA está a encolher.

Na sessão de hoje, a empresa recuou cinco por cento, apesar de as receitas e os lucros trimestrais terem superado as expectativas. Para tal, apontaram analistas, há algumas bolsas de fraqueza que se enxergam debaixo da superfície, como o crescimento débil da publicidade no YouTube.

Também consideram que os crescentes investimentos na IA e outras despesas podem igualar o dinheiro que geram.

Mas o principal problema da Alphabet pode estar simplesmente na valorização que a sua ação conheceu nos últimos 12 meses — 50% -, graças às expectativas de um crescimento contínuo.

As expectativas de lucro para as empresas norte-americanas são altas, de forma geral, mas em particular para o pequeno grupo designado como o das “Sete Magnificas”: Alphabet, Amazon, Apple, Meta Platforms, Microsoft, Nvidia e Tesla.

Estas empresas foram responsáveis pela sucessão de recordes que o S&P tem vivido este ano, ao passo que muitas das outras empresas vivem sob o peso de elevadas taxas de juro. Há também investidores que consideram que estas ações-estrela já estão demasiado caras.

A esperança na praça bolsista é se mudar a tendência que tem beneficiado este grupo de empresas, outras ações possam suportar o mercado.

O índice Russell 2000, agrupo títulos com cotações inferiores, ganhou pelo menos um por cento em sete dos últimos 10 dias. Mas hoje bateu na parede e caiu 2,1%.

Mas a grande questão para os investidores é que mesmo que existam mais ações a valorizar, elas precisam de o fazer tanto quanto ou mais do que os títulos tecnológicos estão a cair.

RN // RBF

By Impala News / Lusa

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