Inflação desacelera para 3% em fevereiro no Japão

O índice de preços no consumidor (IPC) do Japão subiu 3% em fevereiro, em termos anuais, uma desaceleração em relação ao aumento homólogo de 3,2% em janeiro, indicam dados oficiais

Inflação desacelera para 3% em fevereiro no Japão

A inflação desacelerou pela primeira vez, após três meses consecutivos em alta, devido aos preços mais baixos da energia e dos alimentos, informou o Governo nipónico.

No entanto, o indicador permanece há mais de três anos acima da meta de 2%, fixada pelo Banco do Japão (BoJ, sigla em inglês), de acordo com o Gabinete de Estatísticas do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações japonês.

Os custos da energia, cujo aumento desacelerou em quase metade, para 6,3%, foram o fator mais significativo em fevereiro.

O preço da eletricidade, que tinha subido 18% em janeiro, aumentou apenas 9% em fevereiro, enquanto os preços do gás cresceram 3,4%, também metade do mês anterior.

Os preços dos géneros alimentícios, excluindo os alimentos frescos devido à elevada volatilidade, aumentaram 5,6% em termos homólogos, mais três pontos percentuais do que em janeiro.

Um dos maiores aumentos foi sentido no custo dos cereais (21,9%), refletindo o impacto da “crise do arroz” que o Japão está a enfrentar devido à especulação.

Os preços do arroz, cujo crescimento anual atingiu um recorde de 71,8% em janeiro, “deverão manter-se em níveis elevados em 2025”, apesar das medidas governamentais para limitar a subida, reconheceu na quarta-feira o banco central do Japão.

Os preços dos alimentos frescos subiram 18,8% em fevereiro, menos 3,1 pontos percentuais face ao mês anterior, e os produtos hortícolas frescos subiram 28%, uma queda de oito pontos percentuais face a janeiro.

A inflação subjacente, que exclui alimentos frescos e energia, subiu 2,6% em fevereiro, também acima da meta do banco central japonês.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu na quarta-feira manter as taxas de juros inalteradas, em linha com as expectativas e apesar da persistência da inflação, apontando para as incertezas sobre a economia mundial.

A instituição optou por manter a taxa de referência em 0,5%, depois de a ter aumentado em janeiro.

“Ainda existem grandes incertezas sobre a atividade económica no Japão, incluindo a evolução da situação comercial (…) e os preços das matérias-primas”, afirmou o BoJ, em comunicado.

Para contrariar o regresso da inflação no Japão depois de dois anos e meio, o BoJ começou a aumentar as taxas em março de 2024, após dez anos em que as taxas se mantiveram praticamente a zero.

Na opinião dos analistas, a instituição deverá voltar a aumentar as taxas ainda este ano.

“Afinal, a inflação está bem acima do objetivo de 2% fixado pelo BoJ (…) e as negociações salariais da primavera resultaram em aumentos salariais ainda mais elevados do que no ano passado, o que deverá levar a uma nova pressão ascendente sobre a inflação nos próximos meses”, explicou Marcel Thieliant, da Capital Economics.

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By Impala News / Lusa

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