Novos empréstimos à habitação com taxa de juro mista atingem peso recorde de 75% em abril

Os novos empréstimos à habitação com taxa de juro mista, fixa num período inicial e variável no período seguinte, representaram em abril o peso recorde de 75% do total contratualizado nesse mês, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Novos empréstimos à habitação com taxa de juro mista atingem peso recorde de 75% em abril

“Este é o valor máximo desde o início da série estatística, em dezembro de 2021”, destaca o banco central, detalhando que, no final de abril, os empréstimos a taxa mista representavam 22% do ‘stock’ de empréstimos à habitação.

Em 2023, na sequência da subida das taxas de juro, assistiu-se a um aumento das novas operações de crédito à habitação com taxa mista, isto é, empréstimos com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período em que a taxa de juro é variável.

Deste modo, estas passaram de 16% do montante de novas operações em dezembro de 2022 para 75% em abril passado.

A maior procura dos novos contratos de crédito à habitação com taxa mista tem-se refletido na alteração de composição do ‘stock’ de empréstimos para habitação: O regulador indica que o peso destes empréstimos no ‘stock’ de crédito à habitação aumentou de apenas 6% em dezembro de 2022 para os 22% em abril deste ano.

A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, baixou hoje para 3,738%, menos 0,018 pontos e um novo mínimo desde 07 de junho de 2023, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008.

Dados do BdP referentes a março apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,3% e 24,9%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, recuou hoje para 3,690%, menos 0,025 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 3,752%, menos 0,020 pontos e um novo mínimo desde 04 de agosto de 2023, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em maio desceu a três, seis e 12 meses, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%).

Entretanto, o mercado aguarda a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, na qual se espera que o organismo baixe as taxas de juro em 25 pontos base, o primeiro corte desde março de 2016.

Esta descida, a concretizar-se, deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

Na última reunião de política monetária, em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

PD (MC) // CSJ

By Impala News / Lusa

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