PIB da Alemanha deverá inverter tendência e crescer 0,4% em 2025

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deverá crescer 0,4% este ano, invertendo a tendência de 2023 e 2024, quando se contraiu, estimou hoje a Crédito y Caución, alertando, no entanto, que esta recuperação “não está garantida”.

PIB da Alemanha deverá inverter tendência e crescer 0,4% em 2025

A empresa, que atua na área dos seguros de crédito, estima assim que “o PIB da Alemanha cresça 0,4% em 2025, um pequeno alívio após as contrações de 2023 e 2024, mas mesmo esta pequena recuperação não está garantida”.

Numa nota, a entidade disse que “é impossível compreender o estado atual da economia alemã”, indicando que, em 2024, “as exportações caíram 0,7% e o investimento fixo 2,7%”.

De acordo com o comunicado, as exportações alemãs “contraíram-se pelo segundo ano consecutivo, após fracos resultados nos setores de equipamento elétrico, maquinaria e automóvel”.

A seguradora de crédito espera, ainda assim, que “a indústria automóvel alemã cresça no máximo 2% em 2025, após uma contração de 4% em 2024”, indicando que “a produção da construção estabilizará após uma queda de 3% em 2024”.

“É improvável que o setor de máquinas saia do território negativo, após uma queda de quase 6% no ano passado”, disse a Crédito y Caución, apontando que “o impacto das tarifas recentemente impostas pelos EUA sobre as exportações alemãs de aço e alumínio será modesto”, mas alertando para “uma grande possibilidade de tarifas gerais sobre a União Europeia”.

“Os exportadores enfrentam uma perspetiva cada vez mais sombria, à medida que o presidente Trump ameaça com tarifas contra a União Europeia e, em particular, as exportações de automóveis alemães. Isso pode ser suficiente para arrastar a economia alemã para um crescimento zero, num momento em que os fabricantes alemães lutam por competir com produtos chineses mais baratos no mercado global”, explicou Theo Smid, economista da Atradius, outra marca do grupo Crédito y Caución.

“Para 2026, prevemos uma expansão modesta de 0,8%, descontando tarifas gerais de 10% dos Estados Unidos sobre as importações da União Europeia. A incerteza continuará elevada”, acrescentou.

Segundo a seguradora de crédito, o novo Governo alemão deverá “tomar decisões difíceis rapidamente”, no entanto, ressalvou que “os prováveis parceiros de coligação têm opiniões opostas”.

A Crédito y Caución acredita que é cada vez mais provável “alguma forma de reforma do travão da dívida ou um novo instrumento extraorçamental para o contornar, embora os prováveis atrasos na sua implementação signifiquem que qualquer impacto só se fará sentir em 2026”.

Ainda que o apoio à indústria automóvel possa ser uma prioridade, de um modo geral, “as empresas não devem esperar grandes mudanças nos próximos 12 meses”, referiu, realçando que “qualquer expectativa de uma mudança rápida na evolução da Alemanha é provavelmente exagerada”.

ALN // CSJ

By Impala News / Lusa

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