Promotor chinês Shimao cai 7% na bolsa após novo pedido de liquidação

As ações do promotor imobiliário chinês Shimao, outrora uma das maiores empresas do setor na China, caíram quase 7%, depois de um credor ter apresentado novo pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong.

Promotor chinês Shimao cai 7% na bolsa após novo pedido de liquidação

A Shimao informou, em comunicado, que a CPYM Link Investment Limited apresentou um pedido de liquidação relativamente a cerca de 258 milhões de yuan (34 milhões de euros) de garantias para um empréstimo emitido ‘offshore’.

A audiência em tribunal foi marcada para 19 de março, disse o promotor, que vai tomar “medidas legais para se opor vigorosamente ao pedido de liquidação”.

No início de dezembro, a Shimao obteve uma importante prorrogação do prazo para negociar um plano de reestruturação da sua dívida além-fronteiras de 11,5 mil milhões de dólares (11,2 mil milhões de euros), depois de o tribunal de Hong Kong ter rejeitado um pedido de liquidação apresentado em abril pela filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank, relativamente a obrigações no valor de cerca de 202 milhões de dólares (197 mil milhões de euros).

Na altura, o promotor afirmou que obteve o apoio de mais de 79% dos credores. Uma assembleia geral extraordinária e uma audiência em tribunal para aprovar o plano estão agendadas para o final desta semana.

Nos últimos meses, vários promotores chineses, como o Evergrande e o Country Garden, foram objeto de pedidos de liquidação em Hong Kong; na semana passada, outro grande promotor, a Sunac, juntou-se à lista.

Há um ano, a justiça de Hong Kong ordenou a liquidação da Evergrande, uma decisão que deu início a um processo longo e incerto, devido a dúvidas quanto ao seu reconhecimento na China continental, onde o grupo detém a maior parte dos seus ativos, uma vez que o sistema judicial de Hong Kong está separado do da China ao abrigo do seu estatuto de semiautonomia.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (322 mil milhões de euros).

Em resposta, o Governo anunciou uma série de medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores. Foi dada prioridade à conclusão dos projetos vendidos em planta, uma questão que preocupa Pequim, devido às suas implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

No entanto, o mercado não está a responder: as vendas comerciais medidas por área útil caíram 24,3% em 2022 e mais 8,5% em 2023.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise no setor imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando fatores indiretos – foi estimado em cerca de 30%, segundo alguns analistas.

 

JPI // CAD

By Impala News / Lusa

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