Sindicatos e CP não chegam a acordo e greve mantém-se em maio
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal não chegaram a acordo com a empresa a mantêm a greve marcada para os dias 07 e 08 de maio, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Fectrans.

Segundo o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), “não houve qualquer acordo ou possibilidade de evolução”, na reunião de hoje, depois de as estruturas terem apresentado um pré-aviso de greve, para aqueles dias.
Os sindicatos explicaram, na terça-feira, que a paralisação foi convocada “contra a imposição de aumentos salariais, que não repõem o poder de compra”, e pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos”.
Segundo o dirigente sindical, “a proposta da CP é a reformulação do trabalho feito com vista à reformulação das grelhas salariais” que constam num relatório sobre “medidas excecionais, acordado entre a administração e sindicatos e entregue ao Governo”.
A proposta da transportadora, indicou, passa pela “reposição da diferença dos salários na CP com o SMN [salário mínimo nacional] de 2018” mas, “em vez de ter efeitos a 01 de janeiro deste ano, passaria para 01 de julho”, com “a dedução dos 34 euros do ato de gestão”.
Segundo o mesmo responsável, “o aumento de 4% previsto para 01 de julho, deixaria de existir”.
O dirigente da Fectrans disse que “agora a administração quer alterar, reduzir as medidas extraordinárias de 12,4 milhões [de euros] para algo à volta de 3 milhões, que não resolve o problema de fundo, que é a incapacidade de manter os atuais trabalhadores e recrutar novos”.
Vários sindicatos representativos dos trabalhadores da CP entregaram um pré-aviso de greve na transportadora, para os dias 07 e 08 de maio, contra a imposição de aumentos salariais e outras reivindicações.
Na nota, divulgada pela Fectrans as estruturas sindicais anunciam que a greve irá decorrer entre as 00:00 de 07 de maio e as 24:00 de 08 de maio.
Os trabalhadores pretendem ainda a “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”.
No comunicado, as entidades destacaram que também “foi enviada uma carta aos ministros das Infraestruturas e das Finanças, subscrita por todas as organizações sindicais”, que apresenta várias exigências ao Governo.
Pretendem que o executivo “instrua a administração da CP a cumprir as medidas excecionais constantes do relatório final acordado com os sindicatos e que, segundo a própria administração, já foi remetido ao ministério que tutela a empresa”, destacando que “esse documento é um compromisso conjunto e não pode ser alterado unilateralmente”.
Querem ainda que sejam dadas “orientações claras para que a administração ultrapasse os valores que decidiu impor por ato de gestão e que analise com seriedade as contrapropostas das ORT’s [organizações representativas dos trabalhadores], sob pena de agravar ainda mais a instabilidade que se vive na empresa”.
O pré-aviso foi lançado pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), a Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), o Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER) e o Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA).
Assinam ainda o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria (SINTTI), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindical Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF) e o Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE).
ALN // JNM
By Impala News / Lusa
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