Transportadores moçambicanos queixam-se de atrasos no pagamento de subsídios

A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários de Moçambique (Fematro) queixou-se hoje de um atraso de quatro meses no pagamento de compensações e subsídios prometidos pelo Governo para mitigar o impacto da inflação e do aumento dos combustíveis.

Transportadores moçambicanos queixam-se de atrasos no pagamento de subsídios

Transportadores moçambicanos queixam-se de atrasos no pagamento de subsídios

A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários de Moçambique (Fematro) queixou-se hoje de um atraso de quatro meses no pagamento de compensações e subsídios prometidos pelo Governo para mitigar o impacto da inflação e do aumento dos combustíveis.

“Ainda não se efetivou o pagamento” dos meses de setembro a dezembro, referiu Castigo Nhamane, presidente da Fematro, citado pelo canal televisivo STV.

Segundo Nhamane, numa das últimas reuniões, o Governo moçambicano garantiu que os pagaria em janeiro, mas agora queixa-se de “questões de tramitação”.

De acordo com o responsável, o número de transportes coletivos que os operadores disponibilizam na hora da ponta tende a reduzir-se no país devido a avarias e a falta de combustível.

Alguns carros “estão avariados e os donos não os conseguem reparar e outros não os põem na estrada mesmo por falta de combustível”, frisou o presidente da Fematro.

A Agência Metropolitana de Transportes (AMT) assegurou que pagaria os subsídios em dívida, referindo que está em contacto com a Fematro.

A decisão de atribuir um subsídio aos transportadores coletivos das capitais provinciais foi tomada após as paralisações de 04 de julho de 2022, quando proprietários de autocarros e ‘chapas’, ligeiros improvisados como transporte urbano coletivo, encostaram os seus veículos em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis, provocando longas filas e confusão nalgumas zonas da capital moçambicana.

O último reajuste dos preços de combustíveis em Moçambique ocorreu em julho de 2022.

O município de Maputo anunciou em fevereiro um aumento de três meticais (0,04 euros) dos transportes públicos, mas os operadores consideraram o incremento insatisfatório face à inflação e sem que tenham sido permitidas atualizações.

O preço de transporte público nas cidades moçambicanas é uma constante fonte de tensões, dado que o setor é dominado por operadores privados, mas com preços administrados pelas autoridades.

Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares nalgumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.

LYN (EYAC/PMA) // SLX

By Impala News / Lusa

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