Medicamentos reaproveitados vão tratar doentes com cancro
Ensaio clínico quer testar cocktails de medicamentos reaproveitados (indicados para outras doenças) para tratamento do cancro. Testes em humanos devem começar com 500 doentes oncológicos.
Um grupo de cientistas portugueses quer experimentar o tratamento do cancro com medicamentos reaproveitados – que não estão indicados no tratamento de doenças oncológicos, mas que conjugados com os medicamentos de referência para Oncologia, aumentam a eficácia na destruição de células tumorais -, noticia o Jornal de Notícias. A ideia é repetir o que foi feito com a Covid-19 quando a dexametasona (um corticosteroide normalmente utilizado para tratar inflamações) entrou na lista de fármacos recomendados contra aquela doença.
Morte de células tumorais em 60% a 70% com cocktail de medicamentos
Nuno Vale, criador da Cátedra de Inovação em Oncologia e da OncoPharma (os grupos de investigação por trás dos ensaios clínicos), explicou ao JN como funcionarão os testes: ”Comparamos um fármaco de referência em oncologia com um fármaco para outra terapêutica, por exemplo um antiviral, para percebermos o efeito desses fármacos combinados“. As mais-valias são múltiplas, vinca: “Permite baixar os custos nos estudos clínicos, acelerar o processo e chegar a um maior número de pessoas”. Mas a principal está nos resultados, na medida em que o uso combinado de medicamentos “aumenta a eficácia – a morte de células tumorais – em 60% a 70%”.
Tanto a Cátedra como a OncoPharma são promovidas pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Os ensaios clínico serão financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Janssen em 330 mil euros, prossegue o Jornal de Notícias. O grupo de investigação inclui 15 investigadores.
O tratamento é “testado em células modelo de cancro, de vários tipos”, disse Nuno Vale ao Jornal de Notícias. Se a proposta do ensaio clínico for aceite pela Comissão de Ética, os investigadores experimentarão a combinação de medicamentos em 500 doentes numa primeira fase, com o apoio de investigadores do Hospital de São João.
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Foto: UnSplash
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