Moçambicano Podemos diz que perseguições levaram dois deputados a não tomar posse
O Podemos, novo líder da oposição moçambicana, voltou hoje a denunciar perseguições, justificando que dois deputados arriscam perder o mandato na Assembleia da República, estando em parte incerta por motivos “segurança”, após a morte de membros do partido.

“É para nós uma situação preocupante, até porque estes dois membros eleitos só ainda não tomaram posse por causa do impasse que neste momento estão a enfrentar que é relativamente à segurança deles”, disse o porta-voz da bancada parlamentar do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Ivandro Massingue, à margem da abertura da primeira sessão parlamentar, em Maputo.
Em causa estão dois deputados do Podemos que arriscam perder o mandato no parlamento, caso não tomem posse até antes do fim da segunda – a próxima – sessão ordinária da Assembleia da República, conforme prevê o estatuto do deputado.
O porta-voz da bancada parlamentar do Podemos disse que os dois deputados não vão perder os mandatos e explicou que estão em parte incerta após o assassínio a tiro de dois membros do partido no distrito da Massinga, província de Inhambane, um dos quais concorreu a deputado.
“Neste momento temos acompanhado que nos últimos tempos têm-se desencadeado operações de sequestros e execuções de pessoas proeminentes ou que estiveram na ativa nas manifestações e estes nossos dois membros foram também atores ativos nas mobilizações e neste momento encontram-se desaparecidos”, disse Ivandro Massingue, assegurando que os dois deputados eleitos, que não tomaram posse em janeiro como os restantes do Podemos, estão vivos.
“Entendemos que é mesmo por questões de segurança, mas este sumiço, desaparecimento, constitui para nós uma dificuldade, perceber que ainda se encontram em alguma parte incerta e velando pela sua segurança e é por este motivo que estes dois membros ainda não tomaram posse”, acrescentou.
Pelo menos 106 membros e simpatizantes do Podemos foram mortos desde o início das manifestações pós-eleitorais e outros 15 ficaram feridos, disse em 18 de janeiro fonte do partido, antes extraparlamentar e que passou a ser o maior da oposição, após as eleições gerais de 09 de outubro e do apoio que deu ao candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 361 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
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By Impala News / Lusa
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