Moçambique/Eleições: Candidato Lutero Simango promete indústria farmacêutica e baixa de impostos

O candidato presidencial Lutero Simango prometeu hoje uma indústria farmacêutica e a redução de impostos, caso seja eleito, acusando Frelimo, partido no poder desde a independência, de “alimentar a corrupção”.

Moçambique/Eleições: Candidato Lutero Simango promete indústria farmacêutica e baixa de impostos

“Vamos criar e construir uma indústria farmacêutica nacional, todos os medicamentos básicos vamos produzir aqui em Moçambique, para garantir que os nossos hospitais tenham medicamentos”, disse Lutero Simango, candidato apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, falando em comício que marca o arranque da campanha eleitoral para as eleições gerais de 09 de outubro, na cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique.

Aquele político, que é também presidente do MDM, acusou o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de manter a dependência em relação à importação de medicamentos para alimentar esquemas de corrupção, através do pagamento de comissões ilícitas no licenciamento de empresas do setor.

Lutero Simango também prometeu a contratação de mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde, para aumentar os cuidados à população.

Na frente económica, Simango disse que vai reduzir de 16% para 14% o Imposto de Valor Acrescentado (IVA), para a diminuição do custo de combustíveis e dos preços dos produtos básicos.

“Quando baixar o preço de combustível, vamos criar o poder de compra para a nossa população, porque queremos criar o bem-estar”, declarou.

Referindo-se muitas vezes à Frelimo como “ladrões de vermelho”, cor do partido no poder, o presidente do MDM prometeu ainda a redução das taxas de juro, visando assegurar uma maior disponibilidade de dinheiro para as empresas e para as famílias.

Lutero Simango também defendeu a instalação de indústrias de transformação de matérias-primas, para permitir que o país deixe de exportar as suas riquezas e retenha mais-valias através de processamento.

A instalação de indústrias, continuou o político, vai permitir a criação de mais postos de trabalho e reduzir o desemprego entre os jovens.

No setor da educação, uma eventual governação do MDM vai eliminar a superlotação de turmas no ensino primário e aumentar os salários dos professores, disse Lutero Simango.

“Vamos acabar com turmas de mais de 100 alunos, queremos reduzir o número de alunos para 35 a 40 alunos por turma, porque só assim podemos ter qualidade ensino nas escolas”, afirmou.

Simango também apontou o combate à criminalidade no país, como uma das apostas, caso vença as eleições de 09 de outubro.

Aquele candidato presidencial avançou que o MDM pretende replicar em todo o país o modelo de “boa governação” que o partido está a implementar na cidade da Beira, autarquia que dirige, desde 2008, na sequência de sucessivas vitórias nas eleições autárquicas.

Lutero Simango, 64 anos, é filho do falecido Uria Simango, fundador e vice-presidente da Frelimo, quando o partido no poder ainda estava na luta armada contra o regime colonial português.

Simango lidera o MDM desde a morte do irmão, Daviz Simango, em 2021, que dois anos antes também tinha concorrido ao cargo de Presidente com o apoio do MDM.

Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições gerais, num escrutínio que inclui eleições presidenciais, legislativas, das assembleias provinciais e de governadores de província.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, com um total de 37 forças políticas concorrem nas legislativas e provinciais, de acordo com dados oficiais.

Além de Lutero Simango, nestas eleições concorrem à Ponta Vermelha (residência oficial do chefe de Estado em Moçambique), Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, e Venâncio Mondlane, apoiado pelos extraparlamentares Podemos e Revolução Democrática.

PMA // ZO

By Impala News / Lusa

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