Venezuela: Número de presos políticos atinge número mais alto da história
A organização não-governamental Foro Penal anunciou hoje que o número de presos políticos na Venezuela aumentou esta semana para 966, o número «mais alto da história» do país.
«O número de presos políticos aumentou exatamente para 966 pessoas, o que significa que, do número anterior que reportámos, de 273, houve um aumento de 700 pessoas (…), o número mais alto (…) na história da Venezuela que, pelo menos, o Foro Penal conhece, há 18 anos », disse aos jornalistas o diretor da ONG, Alfredo Romero. Segundo a ONG, «o dia com maior repressão foi 23 de janeiro», quando o líder do parlamento, Juan Guaidó, assumiu os poderes do executivo como Presidente interino da Venezuela. Romero explicou ainda que, entre essas 700 pessoas, «47 são estudantes, a maioria entre 17 e 22 anos, de um total de presos e alguns já liberados, de 95 alunos». Além disso, até ao momento, o Foro Penal registou «11 desaparecimentos forçados», sendo que quatro dessas 11 pessoas «não se sabe o paradeiro após a denúncia da sua detenção», afirmou Alfredo Romero.
Há «82 soldados» entre os presos políticos na Venezuela
O total de detidos inclui 82 soldados, «mantendo-se um sistema de detenção seletiva de soldados e familiares das forças armadas, entre os quais estão aqueles que desapareceram à força», referiu Romero. O advogado destacou que a maioria das prisões, assim como as violações dos direitos humanos, têm sido «focadas nos setores mais humildes da sociedade» e no ambiente familiar dos militares. O responsável da ONG indicou ainda que o Foro Penal «já enviou a lista de presos políticos à Organização dos Estados Americanos para certificação e verificação, às Nações Unidas e à Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu». Centenas de venezuelanos realizaram ações de protesto, após o apelo da oposição para ser recusada a legitimidade da reeleição do Presidente do país, Nicolás Maduro,
Os primeiros dias dos protestos deixaram um saldo de 35 mortos
Os primeiros dias dos protestos deixaram um saldo de 35 mortos, segundo o balanço do Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos e do Observatório Venezuelano de Conflito Social. O Foro Penal, que lidera a defesa dos considerados prisioneiros políticos no país, reiterou que acompanhará de perto o desenvolvimento das manifestações que ocorrem na Venezuela.
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