Acordo bilateral de segurança entre Austrália e Papua-Nova Guiné entra em vigor
Austrália e Papua-Nova Guiné anunciaram a entrada em vigor de um acordo bilateral de segurança, que inclui a construção de instalações policiais na Papua, face à preocupação com a crescente influência da China
O acordo de segurança, assinado em dezembro de 2023, fornece “apoio tangível às prioridades de segurança interna da Papua-Nova Guiné”, disse o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, numa conferência de imprensa em Sydney, com o homólogo da nação insular, James Marape.
Albanese recordou também que inaugurou esta semana um centro de formação, num investimento de 400 milhões de dólares australianos (244 milhões de euros), em Brisbane, no nordeste da Austrália, para formar polícias dos países insulares do Pacífico.
O acordo, que é vinculativo, alarga os laços bilaterais em matéria de segurança e estabelece um mecanismo de resposta rápida para os pedidos de assistência em questões de defesa e de segurança interna da Papua-Nova Guiné.
O documento inclui igualmente a entrega ao país de um novo navio de patrulha para reforçar o controlo das fronteiras e a segurança marítima, bem como o apoio ao recrutamento e formação de agentes, na área da medicina legal e da proteção de infraestruturas críticas.
A Papua, uma nação empobrecida de 12 milhões de pessoas que se tornou independente da Austrália em 1975, está a tentar aumentar a sua força policial de seis mil para 26 mil efetivos, para manter a ordem, numa nação também atormentada por confrontos tribais e tráfico de droga.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Austrália, aliado norte-americano estratégico na Oceânia, redobraram o interesse por várias nações insulares na região do Pacífico outrora negligenciadas, desde que a China assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão, em abril de 2022.
Marape lembrou que a Austrália é o parceiro preferido do país “em primeira instância”, embora isso não o impeça de se envolver com outras potências, como a China, que ele descreveu como um “grande parceiro comercial”.
“Ninguém deve ficar ofendido com a Papua-Nova Guiné ou com a Austrália, ou mesmo com as relações externas de outros países. É algo que escolhemos fazer no nosso próprio interesse imediato”, disse Marape.
O primeiro-ministro também destacou o acordo para que uma equipa da Papua-Nova Guiné entre na liga australiana de râguebi em 2028.
JPI // VQ
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram