Albuquerque diz que sem “maioria confortável” do PSD estará em causa a autonomia

O cabeça de lista do PSD às eleições regionais da Madeira, Miguel Albuquerque, dramatizou hoje que, caso os sociais-democratas não consigam ganhar no domingo com “uma maioria confortável”, estará em causa o futuro e a autonomia do arquipélago.

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“Se o PSD não ganhar as eleições e se não ganhar com uma maioria confortável vai ficar em causa o nosso futuro e, mais do que o nosso futuro, vai ficar em causa a nossa autonomia política”, disse Miguel Albuquerque, no primeiro e único comício da campanha do PSD às eleições regionais antecipadas, no Funchal.

Num palco montado na Avenida do Mar, junto à Assembleia Legislativa, o também líder do PSD/Madeira e presidente desde 2015 do executivo regional insistiu que o que está em jogo no domingo “é muito importante” e, se os sociais-democratas não tiverem uma maioria para governar, “vai continuar a rebaldaria”, com partidos “que só sabem dizer mal e não apresentam uma única proposta positiva para a Madeira”.

“Vão continuar a brigar uns com os outros, continuar no processo de maledicência e a Madeira e o progresso da Madeira vai parar e quem vai sofrer é o nosso povo, os nossos empresários e as nossas famílias”, afirmou, reforçando que o apelo que faz “é muito sério”, já que “quem determina o futuro é o eleitor quando vai à urna”.

Insistindo que os partidos da oposição “não conseguem defender nada, não têm qualquer projeto para a Madeira e “vergam-se perante Lisboa”, o líder regional do PSD questionou as alternativas que os eleitores terão no domingo, interrogando se querem “votar em alucinações e maluqueiras”, em “partidos pequenos que não resolvem nada”, numa referência ao JPP, que “nem as ervas do caminho consegue limpar” no concelho que governa, Santa Cruz.

Já se escolherem o PS, continuou, estarão a eleger “o pior presidente de câmara desde o D. Afonso Henriques, numa alusão ao cabeça de lista socialista e antigo presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo.

“Depois, temos o partido da mala. É esta a alternativa que querem?”, perguntou, falando do Chega.

No discurso, Miguel Albuquerque falou também da união e mobilização do PSD, destacando um apoio em particular: do seu antecessor na liderança do partido e do Governo Regional.

“Hoje quero também agradecer publicamente ao doutor Alberto João Jardim, ele não está aqui presente, mas enviou uma mensagem a dizer que está connosco e nós todos estamos com ele, porque ele é o baluarte de sempre da Madeira do futuro”, disse, enfatizando que o PSD é “um partido de homens e mulheres livres”, que discutem e por vezes se desentendem mas, quando é preciso, unem-se.

“Na hora da verdade, quando está em causa o futuro da Madeira estamos todos unidos: o passado, o presente e o futuro”, assegurou.

Antes do comício, numa arruada que durante mais de uma hora percorreu o centro do Funchal, a união do PSD tinha também sido destacada pelo antigo presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado, que se demitiu do cargo no início de 2024, na sequência de um processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira, em que Miguel Albuquerque também é arguido.

“Estou aqui porque sou do PSD”, disse aos jornalistas Pedro Calado, que esteve sempre ao lado de Miguel Albuquerque durante a arruada, assim como a sua sucessora à frente do município do Funchal, Cristina Pedra.

Enquanto decorria a arruada, também o adversário interno do atual presidente do PSD/Madeira Manuel António Correia, que já disputou a liderança regional do partido por duas vezes contra Miguel Albuquerque, divulgava nas redes sociais uma nota salientando que, “sem prejuízo de continuar a lutar por uma mudança interna”, entende que “a continuação do projeto social-democrata na região é o que melhor serve a defesa dos interesses fundamentais da autonomia”.

Às legislativas de domingo da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

VAM // MCL

By Impala News / Lusa

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