Alemanha estreia novo parlamento com negociações para formar governo em curso

O novo Parlamento alemão (Bundestag), formado por 630 deputados, tem hoje a sua primeira sessão com as negociações para formar uma coligação governativa, liderada pelo vencedor Friedrich Merz, ainda em curso.

Alemanha estreia novo parlamento com negociações para formar governo em curso

 

Devido à reforma da lei eleitoral, o 21º Parlamento Federal tem agora menos deputados. De um total de 630, da União Democrata Crista (CDU), do seu partido irmão na Baviera (CSU), da Alternativa para a Alemanha (AfD), do Partido Social Democrata (SPD), dos Verdes e do partido A Esquerda, 230 entram no Bundestag pela primeira vez.

A primeira sessão deverá começar às 11 (hora local) com o deputado Gregor Gysi, de 77 anos, a ter a primeira palavra. Não é o mais velho, mas é o deputado alemão com mais tempo “de casa”.

A estreia do novo parlamento está previsto durar quatro horas durante as quais se aprovará o novo regulamento interno, que tem sido alterado periodicamente ao longo dos anos, e a eleição da mesa. No final deverá ouvir-se o hino nacional.

A CDU/CSU, vencedora das últimas eleições, tem o maior grupo parlamentar, com 208 deputados, e podem nomear o novo presidente, o segundo cargo mais alto do Estado depois do presidente federal. O nome escolhido, e que previsivelmente será eleito, é o de Julia Klöckner, ministra da Agricultura de Angela Merkel até 2021.

Estarão menos mulheres nas bancadas, apenas 32,4% em comparação com 35% nos três últimos anos. A percentagem feminina depende sobretudo dos resultados eleitorais da CDU/CSU, dos liberais do FDP e a AfD, onde as mulheres estão em clara minoria. Por exemplo, no partido Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, que tem como candidata principal Alice Weidel, a percentagem é de 12%.

Também o número de deputados com antecedentes migratórios está abaixo da média, mas os alemães de Leste e os novos deputados superam a média. A percentagem de jovens com menos de 30 anos subiu ligeiramente, e são agora 46.

O novo Bundestag reune pouco mais de um mês depois das eleições que deram uma vitória curta ao líder dos conservadores. Friedrich Merz, que admitiu ter como objetivo assumir o cargo de chanceler a 23 de abril, continua a conduzir negociações para formar uma coligação.

Para obter a maioria no novo parlamento e poder nomear o chanceler federal, a CDU/CSU precisa dos sociais-democratas, que têm estado no poder até à data, com o chanceler Olaf Scholz. Mas o SPD não tem facilitado o caminho, depois de uma histórica derrota eleitoral. No novo Bundestag, o partido tem apenas metade dos lugares que tinha anteriormente.

A CDU, a CSU e o SPD formaram 16 grupos de trabalho conjuntos para coordenar o conteúdo e os objetivos da futura coligação. As negociações decorrem à porta fechada com mais de 250 políticos envolvidos.

Para Lars Klingbeil, líder do partido e do grupo parlamentar do SPD, em Berlim, é “perfeitamente normal que as coisas se arrastem um pouco”.

“Também seria surpreendente se, algumas semanas depois de uma campanha eleitoral difícil, houvesse um acordo imediato”, sustentou o secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann.

 

 

JYD // RBF

By Impala News / Lusa

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