Angola quer parcerias com Índia para desenvolver indústria farmacêutica

O Presidente angolano disse hoje que a Índia é “uma potência global em setores estratégicos que coincidem com as prioridades do Governo angolano”, instando ao desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento de setores como a indústria farmacêutica, a agricultura e as energias.

Angola quer parcerias com Índia para desenvolver indústria farmacêutica

João Lourenço discursava em Nova Deli, no Fórum de Negócios Angola-India, no final de uma visita de Estado de dois dias à Índia.

O Presidente angolano sublinhou que a Índia se destaca como líder mundial na produção de medicamentos genéricos e que Angola está interessada em desenvolver parcerias que permitam a instalação de unidades farmacêuticas no país, “com vista ao fortalecimento do sistema de saúde nacional, à redução das importações e à criação de emprego qualificado”.

João Lourenço apontou também a agricultura como outro setor com “condições que oferecem oportunidades excecionais para o investimento e transferência de tecnologia”, realçando a experiência indiana na mecanização agrícola, agroindústria e produção de alimentos que faz daquele país asiático um “parceiro ideal” para “transformar o setor agrícola num pilar da economia angolana”.

“O fomento de ‘joint ventures’ entre empresas dos dois países pode acelerar este processo e gerar cadeias de valor sustentáveis e inclusivas”, reforçou.

O chefe de Estado angolano indicou também a energia como outro setor “de elevado interesse”, tanto no domínio dos hidrocarbonetos, como nas energias renováveis, com destaque para a energia solar.

“O compromisso de Angola com a transição energética é claro e a Índia, com o seu conhecimento técnico e soluções acessíveis, poderá desempenhar um papel catalisador na expansão de projetos de energias limpas, sobretudo em áreas rurais, reforçando o acesso à energia e contribuindo para um desenvolvimento territorial mais equilibrado”, assinalou João Lourenço.

Notou, por outro lado, que Angola tem uma posição estratégica no coração da África Austral, com acesso privilegiado aos mercados regionais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da Zona de Comércio Livre continental africana, com mais de 1,3 mil milhões de consumidores.

“Este posicionamento, aliado à estabilidade política, à crescente modernização das infraestruturas e à aposta firme na integração económica regional, permite que o nosso país se afirme como um ‘hub’ logístico e industrial de excelência para empresas indianas que pretendam expandir as suas operações no continente africano”, afirmou, perante os empresários.

João Lourenço abordou também os investimentos nas infraestruturas de transporte e logística, destacando projetos como o Corredor do Lobito, “que liga o Oceano Atlântico ao interior do continente, atravessando a República Democrática do Congo e a Zâmbia e extensão até aos portos da Tanzânia no Oceano Índico”.

“Convidamos os empresários indianos a explorar estas oportunidades logísticas que podem colocar Angola no centro da estratégia exportadora para África e para o mundo”, incentivou.

O Presidente angolano adiantou que estão em curso negociações para a assinatura de novos instrumentos de cooperação nos domínios das tecnologias da informação, agricultura, construção e comércio, que se vêm juntar a outros já existentes e que “facilitarão a entrada de empresas indianas em setores prioritários” da economia angolana, abrindo caminho “para projetos conjuntos com elevado impacto económico e social”.

A visita de João Lourenço ficou marcada pelos encontros ao mais alto nível mantidos em Nova Deli, com o primeiro-ministro e a presidente da Índia, bem como audiências a entidades indianas ligadas ao mundo empresarial e à política governamental.

Angola e a Índia assinalam em 2025 quarenta anos de relações diplomáticas.

 

RCR // SSS

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS