Autoridades ucranianas ordenam retirada de crianças de várias localidades da região de Kharkiv
As autoridades ucranianas ordenaram a retirada forçada das famílias com crianças de 16 localidades da região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, devido à intensificação dos ataques russos, anunciou hoje o governador.
“No total, 267 crianças e suas famílias devem ser retiradas de 16 localidades” próximas da linha da frente, indicou Oleg Synegubov, governador desta região fronteiriça com a Rússia, na plataforma digital Telegram.
Hoje, uma mulher de 54 anos foi morta na zona por um ‘drone’ (aeronave não-tripulada) explosivo, segundo o governador.
Kupiansk, que tinha uma população de 24.000 habitantes antes da invasão russa, há quase três anos, foi ocupada pelas forças de Moscovo nos primeiros dias da guerra, antes de ser retomada pelo Exército ucraniano numa contraofensiva relâmpago, no outono de 2022.
Importante nó ferroviário da região, é atravessado pelo rio Oskil, que se tornou uma linha da frente ‘de facto’ entre as tropas russas e ucranianas.
No início de janeiro, as forças russas conseguiram construir um acesso à ponte na margem ocidental, atravessando o rio a norte da cidade.
As forças de Kiev também estão em apuros na região oriental de Donetsk, em particular em torno de Pokrovsk, uma cidade-chave para a logística militar e a indústria do carvão.
O Exército russo está agora a apenas alguns quilómetros de Pokrovsk, ocupando os flancos sul e leste da cidade, e está também a avançar para oeste, em direção à região vizinha de Dnipropetrovsk e à sua capital, Dnipro.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da recente autorização do então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
ANC // JH
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram