BE considera curiosa descoberta do PS de condições orçamentais para resolver problemas

A deputada do BE Marisa Matias considerou hoje curioso que o PS tenha descoberto que “afinal há condições orçamentais” para resolver problemas aos quais a maioria absoluta não respondeu, esperando que o PSD cumpra as promessas eleitorais.

BE considera curiosa descoberta do PS de condições orçamentais para resolver problemas

Durante uma conferência de imprensa no parlamento para apresentação de um projeto de lei sobre o apoio às rendas, Marisa Matias foi questionada pelos jornalistas sobre a carta que hoje o líder do PS, Pedro Nuno Santos, enviou ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, na qual manifestou disponibilidade para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

“Estes problemas já existiam e a maioria do PS não quis resolver nenhum deles, tendo condições para isso, e portanto não deixa de ser de certa forma curioso que parece que haja agora uma descoberta de que afinal há condições e condições orçamentais, inclusive, para poder dar resposta aos professores, aos oficiais de justiça, aos profissionais de saúde e às forças de segurança”, apontou.

Aquilo que a dirigente do BE espera é que as promessas eleitorais sejam “cumpridas por todos”.

“Lamentamos que seja tardiamente, mas neste caso especificamente, como estes problemas estão ainda por resolver, faremos tudo o que está ao nosso alcance para pressionar o Governo a que não seja só palavras, que seja mais ação e que possa trazer enquanto Governo o cumprimento das coisas que foi dizendo na campanha eleitoral”, enfatizou.

Para Marisa Matias, não faz sentido arrastar estes problemas sabendo que há condições para os resolver, sendo a preocupação do BE “que os professores possam ver as suas carreiras descongeladas, que os profissionais de saúde tenham condições, que os oficiais de justiça tenham condições e que as forças de segurança também as tenham”.

“Nós percebemos que o PSD, durante a campanha eleitoral, foi muito célere a apresentar promessas para resolver estes problemas, que são problemas centrais neste momento”, começou por referir, avisando que desde que “deixou de ser campanha e passou a ser oficial que, da parte de Luís Montenegro e do Governo, já não há tanta clareza sobre o cumprimento dessas promessas”.

Alertando para “alguns recuos e expressões muito vagas sobre a intenção de cumprir essas promessas”, a deputada bloquista recordou que o partido já apresentou propostas no parlamento para que “todas estas promessas sejam cumpridas”.

“E cá estaremos para pressionar o PSD a cumprir aquilo que disse na campanha eleitoral”, sublinhou.

O primeiro-ministro saudou hoje o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do líder do PS e comprometeu-se a agendar “oportunamente uma reunião de trabalho” sobre a valorização de carreiras e salários na Administração Pública.

“Aproveito o ensejo para lhe transmitir que oportunamente agendaremos uma reunião de trabalho sobre essa temática, o que deverá acontecer na sequência das negociações com as organizações representativas dos trabalhadores. O tempo e o modo de condução desses processos negociais serão, obviamente, definidos pelo Governo”, refere Luís Montenegro, na resposta à carta que lhe foi hoje enviada por Pedro Nuno Santos, e a que a Lusa teve acesso.

Esta resposta surge na sequência da carta enviada mais cedo pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

Nesta missiva dirigida a Luís Montenegro, à qual a agência Lusa teve acesso, Pedro Nuno Santos acrescenta que “a disponibilidade do PS para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”.

JF (SMA/TA) // JPS

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS