BE critica PS por viabilizar orçamento sem qualquer acordo com o Governo
O BE criticou hoje o PS por viabilizar uma proposta que “reflete o programa de Governo” sem chegar a qualquer acordo com o executivo e reiterou que “quem viabiliza um orçamento de direita não é alternativa à direita”.
Em declarações aos jornalistas, no parlamento, sobre o anúncio do secretário-geral do PS de que o seu partido irá viabilizar pela abstenção a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, criticou o que diz ter sido um “desalentado anúncio” da viabilização do orçamento mesmo sem ter havido um acordo com o Governo para responder às críticas feitas pelo PS.
“Este anúncio é feito pelo secretário-geral do PS, apesar de não haver um acordo (…) e apesar de o orçamento refletir o programa de governo do PSD, como aliás o primeiro-ministro disse ontem. E portanto, o PS viabilizou o orçamento do programa da direita, como se um governo de maioria absoluta do PSD se tratasse em Portugal”, acusou Mortágua.
A dirigente bloquista reiterou a ideia de que “quem viabiliza um orçamento de direita não é alternativa à direita”, frisando que o “Bloco de Esquerda, sem nenhum desalento e com toda a convicção, é uma alternativa ao Governo de direita e ao orçamento do programa do PSD”.
A líder do BE reafirmou ainda as críticas já feitas ao orçamento, que considerou ser “errado e mau para o país”, e disse que a base das críticas bloquistas à proposta orçamental “não são muito distintas” das apresentadas pelo PS, embora com concretizações diferentes na votação.
O partido prometeu ainda apresentar propostas na discussão orçamental na especialidade de modo, disse Mortágua, a “transformar um mau orçamento (…) num orçamento que responda pelo SNS, pela habitação, pela justiça fiscal e que inverte as prioridades” da proposta apresentada pelo executivo.
Questionada sobre se esta posição dos socialistas afasta de alguma forma um possível acordo à esquerda para a corrida às autárquicas, nomeadamente à autarquia lisboeta, Mariana Mortágua frisou que se tratam de “processos separados” e afirmou que o “Bloco de Esquerda quer derrotar a direita, em Lisboa nomeadamente, como quer no orçamento do Estado e no Parlamento”.
“No caso das autárquicas e no caso de Lisboa, essa avaliação terá de ser feita de acordo com um programa de transformação da cidade, de acordo com uma candidatura capaz de mobilizar os setores sociais”, acrescentou a líder bloquista.
Mortágua disse que a decisão sobre uma frente de esquerda “está longe de estar tomada”, referindo que o “Bloco terá a sua candidatura e avaliará as condições programáticas” para um entendimento “transformador e capaz de derrotar a direita em Lisboa”.
TYRS // JPS
By Impala News / Lusa
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