Chega diz que Governo quer avançar com confisco de bens mas esperava “pacote anticorrupção mais robusto”

O Chega afirmou hoje que o Governo mostrou abertura para avançar com o confisco de bens e com a regulamentação do `lobbying´ no conjunto de medidas anticorrupção, mas admitiu que esperava um pacote “mais robusto” do executivo.

Chega diz que Governo quer avançar com confisco de bens mas esperava

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República após um encontro com a ministra da Justiça no âmbito da agenda anticorrupção, a deputada do Chega Cristina Rodrigues referiu que Rita Alarcão Júdice quer avançar com a regulamentação do `lobbying´ e com o confisco de bens em casos de corrupção.

“Ficámos satisfeitos com o facto de que a ministra pretende avançar com a regulamentação do lobbying, portanto, para o Chega é um ponto relevante. Outro ponto muito relevante diz respeito ao confisco de bens, que foi uma das prioridades do Chega na sua campanha”, explicou a deputada.

A deputada não explicou se a medida do confisco de bens, já defendida anteriormente por André Ventura, avançará nos termos em que o Chega pretendia, referindo apenas que o que sabem é que “existe intenção de o fazer, o que já é positivo”.

O Governo avançará também, disse o Chega, com a agilização dos chamados “mega processos” de modo a torná-los “menos morosos”.

Cristina Rodrigues ressalvou ainda que foi dada a indicação por parte da ministra de que todas estas propostas irão ainda a Conselho de Ministros, pelo que nada está ainda garantido.

A deputada do Chega lamentou, no entanto, a alegada falta de interesse do Governo em “mexer na prescrição dos crimes, em não mexer no aumento das penas e também não fazer qualquer alteração àquilo que hoje existe, que é uma interdição de praticar cargos públicos quando se foi condenado por corrupção”

O Chega esperava um pacote “mais robusto, com propostas concretas”, como tinha entendido que seria na anterior reunião com o Governo, admitiu a deputada Cristina Rodrigues.

A ministra da Justiça está hoje na Assembleia da República novamente a ouvir os partidos com assento parlamentar sobre a prometida agenda anticorrupção, que já no final de maio disse estar numa “reta finalíssima”.

Em 03 de abril, no seu primeiro Conselho de Ministros, o Governo liderado por Luís Montenegro decidiu como primeira medida mandatar a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, para falar com todos os partidos com assento parlamentar, agentes do setor da justiça e sociedade civil com vista à elaboração de um pacote de medidas contra a corrupção, num prazo de 60 dias.

Em 28 de maio, à margem da sua primeira audição parlamentar, a ministra disse à Lusa que o trabalho estava praticamente concluído.

“Ouvimos muitas pessoas, muitas entidades, recebemos também alguns contributos escritos e estamos na reta finalíssima do que será uma agenda anticorrupção”, disse.

TYRS // SF

By Impala News / Lusa

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