China e Brasil destacam “consenso crescente” para encontrar solução política para Ucrânia

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, destacou o “crescente consenso de todas as partes para promover uma solução política” para a guerra na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com o conselheiro especial brasileiro Celso Amorim

China e Brasil destacam

Em 2024, Wang e Amorim avançaram com uma proposta conjunta para pôr termo ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

“O objetivo é reunir o consenso do ‘sul global’ e criar e acumular condições para conversações de paz”, disse hoje Wang Yi, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Desde a invasão da Ucrânia, Pequim manteve uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todas as partes e às “legítimas preocupações de segurança” da Rússia, com a qual reforçou a relação nos últimos anos.

Wang afirmou que a China e o Brasil têm “trajetórias de desenvolvimento semelhantes e economias altamente complementares” e que a “forte confiança e amizade mútuas estabelecidas entre os chefes de Estado dos dois países lançaram uma base política sólida para que ambos levem a cabo uma cooperação abrangente”.

“A China apoia firmemente a liderança do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para que o povo brasileiro explore um caminho de desenvolvimento, de acordo com as suas condições nacionais”, acrescentou o ministro, ao mesmo tempo que transmitiu o seu “apoio” ao país sul-americano durante a sua atual presidência do bloco de países emergentes BRICS.

Wang manifestou ainda a sua esperança de “trabalhar com o Brasil para defender um multilateralismo genuíno”.

Amorim apelou aos esforços para “construir uma comunidade de destino comum entre o Brasil e a China para um mundo mais justo e um planeta mais sustentável”.

“Brasil e China, como potências emergentes, podem fortalecer ainda mais a cooperação e desempenhar um papel maior na manutenção da paz mundial e no combate às mudanças climáticas”, afirmou o conselheiro especial da Presidência brasileira.

De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008.

O mercado chinês foi o destino de 30% das exportações brasileiras em 2023, quando as vendas para o país asiático totalizaram 104 mil milhões de dólares (100 mil milhões de euros), constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas.

A China, por sua vez, mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares (38,4 mil milhões de euros), que nos últimos anos têm sido aplicados no setor energético.

JPI // APL

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS