China e Malásia concordam em resolver pacificamente disputas marítimas

China e Malásia concordaram em resolver “pacificamente” as disputas territoriais no Mar do Sul da China, quase todo reivindicado por Pequim, durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Kuala Lumpur

China e Malásia concordam em resolver pacificamente disputas marítimas

Xi e o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, assinaram um documento conjunto que visa reforçar os laços da China com o país do Sudeste Asiático e posicionar Pequim como defensor do comércio livre e fonte de estabilidade para os países da região, que são os principais alvos da guerra tarifária lançada pelo líder norte-americano, Donald Trump.

Xi e Anwar “sublinharam a importância de manter a paz, a segurança e a estabilidade no Mar do Sul da China e concordaram em resolver os diferendos por meios pacíficos, através de consultas e negociações amigáveis”, lê-se no comunicado.

Os dois líderes concordaram que as partes devem “exercer autocontrolo na condução de atividades e evitar ações que possam complicar ou agravar as tensões” no Mar do Sul da China.

A China, que possui a maior frota marítima do mundo, reclama a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma reivindicação que colide com as posições de outros países como a Malásia, o Vietname, o Brunei, as Filipinas e Taiwan.

A importância deste mar reside no facto de ser a passagem de um terço do tráfego marítimo mundial e de possuir 12% das zonas de pesca do mundo, bem como potenciais depósitos de hidrocarbonetos.

Alguns países do Sudeste Asiático, nomeadamente as Filipinas, acusaram a China de intimidar os seus navios nestas águas com manobras agressivas e embates.

O principal risco é que o Mar do Sul da China se torne palco de um conflito entre Pequim e Washington, porque, embora não exista qualquer disputa direta de soberania na zona, os Estados Unidos têm um pacto de defesa mútua com as Filipinas, que os obriga a prestar auxílio em caso de ataque.

“O envolvimento de partes não diretamente envolvidas – nas tensões – poderia ser contraproducente”, lê-se no acordo assinado por Xi e Anwar.

A Malásia é sede de vários projetos da Iniciativa Faixa e Rota, incluindo um projeto ferroviário chinês no valor de 11,2 mil milhões de dólares (9,9 mil milhões de euros). A China é também o maior parceiro comercial e uma das principais fontes de investimento direto estrangeiro da Malásia.

Xi visitou o Vietname, antes de se deslocar à Malásia, e seguiu hoje para o Camboja.

JPI // APL

By Impala News / Lusa

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